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PRÊMIO CAPES DE TESE
Tese traz recursos para acelerar transição para energia limpa
O trabalho de Ariany Bonadio na pós-graduação é daqueles cujo potencial leva ao aumento de nível para o doutorado antes do fim do mestrado. Sua tese, Avanços em perovskitas híbridas de haleto: controle de fase estrutural, alterações na dimensionalidade/morfologia e integração de perovskita 2D para aplicações em células solares, com a qual se tornou doutora em Nanociências e Materiais Avançados pela Universidade Federal do ABC (UFABC), pode ser uma aliada na transição energética. Por esses motivos, a cientista venceu o Prêmio CAPES de Tese 2024 na área Interdisciplinar.
Fale da sua trajetória acadêmica, da graduação ao doutorado.
Iniciei minha trajetória acadêmica na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde graduei em Química e tive meu primeiro contato com a pesquisa científica por meio da iniciação científica. Motivada por essa experiência, ingressei no programa de Pós-Graduação em Nanociências e Materiais Avançados da Universidade Federal do ABC (UFABC) em 2017, inicialmente com bolsa de mestrado da CAPES. Após um ano, migrei diretamente para o doutorado, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Essa oportunidade me permitiu realizar um período sanduíche no Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA. Atualmente, sou pesquisadora de pós-doutorado na Universidade Nacional de Singapura (NUS) e me dedico a estudos sobre células solares de perovskita.
Sobre o que é a sua pesquisa? Explique de forma mais detalhada o conteúdo da sua tese.
Minha pesquisa foca no estudo de semicondutores de perovskitas híbridas de haletos, investigando suas propriedades fundamentais e aplicações em células solares de terceira geração. Durante o doutorado, explorei aspectos como a estabilização química e estrutural dessas perovskitas na faixa de temperatura operacional das células solares; a obtenção de fases cristalinas de baixa dimensionalidade, mais estáveis, por meio de técnicas de recristalização assistida por água; a otimização de dispositivos fotovoltaicos com base nesses materiais. Esses estudos visaram tanto o entendimento de suas propriedades fundamentais quanto o aprimoramento tecnológico de dispositivos optoeletrônicos.
O que destacaria de mais relevante na sua pesquisa?
Esses estudos resultaram no desenvolvimento de rotas alternativas para aprimorar a estabilidade e a eficiência de dispositivos optoeletrônicos, o que representa um avanço significativo na área.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Minha pesquisa contribui diretamente para o desenvolvimento de tecnologias de energia renovável mais eficientes e acessíveis. Ao propor alternativas que melhorem o desempenho de dispositivos fotovoltaicos, ela tem impacto direto na aceleração da transição para fontes de energia mais limpas e sustentáveis.
Qual a importância para você de sua tese ter sido escolhida a melhor na área?
Receber o Prêmio CAPES de Tese em 2024 representa um marco importante na minha trajetória acadêmica. Esse reconhecimento reafirma a relevância da minha pesquisa e me incentiva a continuar contribuindo para o avanço da ciência, especialmente no campo das perovskitas e suas aplicações tecnológicas.
Foi bolsista da CAPES? Se sim, de que forma a bolsa contribui para sua formação?
Sim, fui bolsista CAPES durante o início da pós-graduação. O apoio financeiro proporcionado pela bolsa foi crucial para que eu pudesse me dedicar integralmente à pesquisa, aprimorar minhas habilidades técnicas e estabelecer colaborações em um ambiente acadêmico de excelência. Essa base sólida foi essencial para o desenvolvimento da minha carreira científica.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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