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PRÊMIO CAPES DE TESE
Técnica representa avanço da Física aplicada à Medicina
A pesquisa sobre uma técnica não invasiva que permite medir a atividade cerebral de forma contínua em cada indivíduo, representou um avanço da Física aplicada à Medicina. O estudo rendeu a Sérgio Luiz Novi Júnior, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Prêmio CAPES de Tese 2023 no programa de Física, em Astronomia/Física. Além disso, o pesquisador ganhou, também, o Grande Prêmio na área de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A orientação foi do professor Rickson Mesquita.
Como explica o autor da tese Investigation of functional neuroplasticity in the human brain with near-infrared spectroscopy, o trabalho melhorou a precisão da geração de imagens na chamada Espectroscopia Funcional no Infravermelho Próximo (functional near-infrared spectroscopy), também conhecido como fNIRS. A ferramenta é eficaz para mostrar, por exemplo, os efeitos de uma terapia em um grupo comparado a outro, mas não para detectar mudanças no cérebro de uma única pessoa.
O autor explica que “a principal contribuição da tese é a criação e detalhamento de uma metodologia para a obtenção de resultados robustos e reprodutíveis com a fNIRS no nível individual”. Sérgio conta que trabalhou em dois problemas nos quais a plasticidade cerebral tem papel fundamental na reorganização cerebral: o neurodesenvolvimento durante o primeiro ano de vida e a recuperação após lesão cerebral traumática. No primeiro grupo, a coleta de dados ocorreu com 73 bebês, 38 dos quais prematuros, aos seis e aos 12 meses de vida, durante estímulo sensitivo. Os resultados enfatizaram o potencial da fNIRS como ferramenta de monitoramento e diagnóstico complementar a testes comportamentais empregados na clínica pediátrica.
Já no segundo grupo, a metodologia foi aplicada em adultos saudáveis: “ilustramos a sua eficácia em um estudo de caso longitudinal durante a reabilitação de um paciente crônico que sofreu traumatismo craniano”. Através de avanços no hardware de aquisição e no software de análise dos dados, mostrou-se pela primeira vez que a fNIRS é capaz de prover resultados com alta reprodutibilidade no nível individual, desde que o sinal seja adquirido, processado e analisado corretamente.
Para o premiado, o reconhecimento traz a possibilidade de oportunidades futuras que contribuirão para a sua carreira acadêmica. Ter ganhado um prêmio na área de Física/Astronomia “com uma tese tão interdisciplinar quanto a minha é ainda mais gratificante e demonstra a qualidade do trabalho que foi feito”, celebra.
Sobre o vencedor
Sérgio Luiz Novi Júnior é bacharel em Física pela Unicamp, com parte da graduação feita na Universidade de Toronto, no Canadá. Nesse período, teve bolsa do Programa Ciências sem Fronteiras da CAPES o que para ele foi fundamental para a qualidade do seu doutorado, iniciado em 2017, na modalidade Física Aplicada, também na Unicamp.
Prêmio CAPES de Tese
Considerado o Oscar da ciência brasileira, o Prêmio CAPES de Tese recebeu este ano a inscrição de 1.469 trabalhos, o maior número em 19 edições já realizadas. Nele são reconhecidos os melhores trabalhos de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre os 49 premiados, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese: um de Humanidades, outro de Ciências da Vida e um de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A solenidade de entrega ocorrerá em Brasília, no próximo dia 14, às 17h.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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