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Sobre a seleção das instituições no exterior participantes do Programa Ciência sem Fronteiras(*)
Os estudantes e pesquisadores participantes do Ciência sem Fronteiras (CsF) estão realizando suas atividades de estudo nas melhores instituições disponíveis, prioritariamente entre as mais bem conceituadas para cada grande área do conhecimento, de acordo com os rankings internacionais disponíveis. Tais instituições são caracterizadas pela excelência na produção científica e tecnológica e na formação de recursos humanos para o mercado de trabalho.
Entre os rankings internacionais adotados pelo Programa, citamos:
1. Times Higher Education (http://www.timeshighereducation.co.uk/world-university-rankings/)
Trata-se de um ranking desenvolvido pela Thomson Reuters (http://thomsonreuters.com/about/) que visa classificar as principais universidades do mundo quanto aos seguintes aspectos: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. Este ranking é atualizado anualmente, trazendo uma lista de cerca de 400 universidades em todo o mundo, divididas por regiões geográficas e áreas do conhecimento.
2. QS World University Rankings (http://www.topuniversities.com/university-rankings)
É um ranking com as 700 melhores universidades do mundo, segundo Symonds Quacquarelli (http://www.qs.com/), publicado desde 2004. O QS Ranking toma como base 6 indicadores de desempenho, tais como reputação acadêmica, empregabilidade e produção científica e tecnológica das instituições avaliadas. Com atualização anual, este ranking traz também a possibilidade de comparar-se instituições por grande área do conhecimento.
Na eventualidade de uma instituição não constar em um destes rankings, mas apresentar cursos em áreas contempladas pelo CsF que se suponham de excelência, as agências podem fazer consulta à especialistas sobre a qualidade daqueles cursos, podendo apoiar a ida de estudantes caso confirme-se a excelência dos mesmos.
Adicionalmente, no caso da graduação-sanduíche, o programa tem sempre uma instituição parceira em cada país, escolhida pela sua indiscutível representatividade do que há de melhor em educação superior. Por exemplo, nos Estados Unidos há o Institute of International Education, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1919 e que esta entre as maiores e mais experientes organizações atuantes em educação internacional. No Reino Unido a instituição parceira é o Universities-UK, a associação que reúne todas as universidades britânicas, fundada em 1918 e que tem por missão precípua promover a excelência das universidades britânicas pelo mundo. Na Alemanha o parceiro é o DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico), fundado em 1925 e considerado a maior organização promotora de intercâmbio acadêmico e científico do mundo. Ninguém melhor que estes parceiros para conhecer com detalhe quais são os melhores cursos em cada país, independentemente do fato da instituição estar no ranking ou não.
Alguns exemplos notórios podem ser citados: (i) a Universidade da California em Davis, embora na posição 100 no ranking mundial (QS) é a melhor instituição de ensino e pesquisa na área das ciências agrárias; (ii) a Universidade do Porto, em Portugal, classificada na posição 401-450 no ranking mundial (QS) tem uma das melhores escolas de Engenharia Civil na Europa; (iii) a Universidade Técnica de Munique está na posição 105 no ranking QS, mas tem os melhores cursos de engenharia de automação e controle do mundo; (iv) a Universidade de Montana, nos Estados Unidos, sequer está classificada nos rankings internacionais, mas hospeda um dos melhores cursos de Engenharia Florestal naquele país, fato diretamente relacionado a que Montana é o maior produtor de papel e celulose americano; (v) um dos melhores centros de pesquisa em câncer nos Estados Unidos, o MD Anderson Cancer Center, é ligado à University of Texas em Houston, que não aparece entre as 200 melhores universidades do mundo (THE).
Portanto, não é suficiente utilizar os rankings internacionais na classificação da excelência de um dado curso ou programa. É fundamental utilizar o conhecimento de experts sobre cada área, e esta é a razão da importância de contar com as instituições parceiras em cada país que auxiliam no "placement" dos estudantes, especialmente os de graduação.
Para os bolsistas de pós-graduação e pós-doutorado, as instituições de destino são avaliadas por comissões de especialistas (peer review) das duas agências, considerando as propostas apresentadas pelos candidatos. Nestes casos, o mais importante não é somente a instituição, mas principalmente a excelência do Grupo de Pesquisa e do orientador escolhido para supervisionar o aluno brasileiro. Assim, toda solicitação de doutorado ou pós-doutorado é avaliada pelos Comitês de Assessoramento das Agências, compostos pelos melhores especialistas de cada área no país (são 48 Comitês diferentes, todos com mandatos de 3 anos, escolhidos entre os melhores pesquisadores brasileiros, à partir de listas nas quais votam todos os pesquisadores bolsistas de produtividade em pesquisa e também as sociedades científicas brasileiras). A avaliação da proposta de solicitação de bolsa pelo CA compreende vários itens, incluindo a qualidade do projeto proposto, a qualidade do candidato e seu desempenho demonstrado na pós-graduação, a qualidade da instituição de destino e do orientador/laboratório onde o aluno pretende trabalhar. Se o comitê não avaliar positivamente, a bolsa não é concedida, e no parecer o candidato fica sabendo os motivos, podendo melhorar a proposta numa próxima submissão.
(*) Nota enviada à Folha de São Paulo em 18/01/2013.