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Seminário Internacional discute ensino superior nos BRIC
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em parceria com Centro Lemann da Universidade de Stanford e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), realizaram nesta quarta-feira, 9, no edifício-sede da Capes, em Brasília, a o Seminário Internacional " Repensando a Universidade comparativamente entre países: Brasil Rússia, índia e China ".
Compondo a mesa de abertura, o presidente da Capes, Carlos Nobre, ressaltou a pequena colaboração existente entre as universidades dos países BRIC e as oportunidades que o seminário poderá proporcionar. "Este seminário refletirá e discutirá comparativamente como cada país do BRIC enxerga a importância da educação. Temos muito a caminhar no sentido de estendermos e aumentarmos nossa colaboração com ganhos para todos os participantes. A partir das reflexões aqui propostas, venceremos as resistências culturais", disse.
Para o presidente, o programa Ciência sem Fronteiras já vem contribuindo para essa aproximação, mas as ações devem ser intensificadas. "Levamos uma centena de alunos para a China e alguns para a Índia por meio do Ciência sem Fronteiras. Foi um primeiro passo, mas esse esforço deve ser priorizado por nós", completou.
O diretor de Avaliação da Capes, Arlindo Philippi Jr, disse que a Capes há algum tempo tem como pauta a educação comparada, tendo lançado livros com esta temática. "Essa é uma pauta existente e que deve ser ampliada e reforçada pelo Brasil, razão pela qual se faz tão importante o contato permanente entre instituições de peso como a Capes, a Unesco e o CNE [Conselho Nacional de Educação]", afirmou.
Também presente na mesa de abertura, a representante da Unesco Rebeca Otero lembrou que a valorização da educação superior foi uma das pautas do encontro que reuniu os ministros da Educação dos países BRIC . "A Unesco sabe da importância desse tipo de evento e entende que as boas experiências, assim como novas informações e formas de estudo devem ser fonte de inspiração entre os países", explicou.
Experiência
Segundo o representante do Centro Lemann/Stanford University, Martin Carnoy, Stanford tem uma experiência de mais de 50 anos em Educação Comparada, o que contribuirá fortemente para a expansão da área entre os países. "Temos interesse em recrutar bons estudantes de pós-graduação que possam fazer grandes coisas pelo Brasil, avaliando seus pontos fortes e os não tão fortes também", disse.
Painel 1
A programação da manhã incluiu ainda a realização do primeiro painel do seminário "Educação Comparada e Internacional: enfoques e limites", com a moderação do professor da Universidade Católica de Brasília (UCB), Célio da Cunha, e a presença do professor catedrático da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Portugal, António Teodoro, e dos debatedores Cândido Alberto Gomes, da UCB, e Cláudio de Moura Castro, da Faculdade Pitágoras.
Entre os assuntos discutidos pelos presentes estão o conceito de educação comparada, seus limites e abrangência, como explicou Cândido Gomes. "A educação comparada é o desafio de ver o outro e de ver-se no outro. É um jogo de espelhos, especialmente quando se fala em um mundo multicultural como o que vivemos hoje. Temos o desafio de ver o diferente, de conciliar-nos e tolerar-nos", explicou. Durante a realização do Painel, a Universidade Católica de Brasília lançou e disponibilizou exemplares da tradução do livro Comparative Education Research: approach and methods, organizado por Mark Bray, Bob Adamson e Mark Mason.
(Gisele Novais)