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Seminário abre ação da CAPES para refugiados
O Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) Emergencial de Solidariedade Acadêmica é um simbolismo afirmativo e está de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa é a visão de Maikel Giralt, pesquisador refugiado no Brasil que receberá bolsa de professor-visitante no Programa de Pós-Graduação de Desenvolvimento Regional da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).
A declaração do cientista, beneficiário de uma das 68 bolsas concedidas pelo Edital nº 30/2022 , foi feita no seminário de abertura do Programa, realizado nesta segunda-feira, 15 de maio, na sede da CAPES, em Brasília. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com auxílio da Fundação, Giralt disse que a Agência o “acolheu outra vez” e que “o Programa assume para nós, refugiados e imigrantes, um simbolismo afirmativo, com um olhar intercultural crítico”.
Mercedes Bustamante, presidente da CAPES, classificou o Programa como um exemplo do “papel fundamental da educação e ciência na construção de um mundo melhor”. Laerte Ferreira, diretor de Programas e Bolsas no País da Fundação, disse que o principal objetivo do seminário é “formar redes” e que o Programa tem o caráter de emergencial porque “enfrenta um desafio, o drama dos refugiados”. Já Rui Opperman, diretor de Relações Internacionais, afirmou que a iniciativa “tem tudo a ver com o respeito ao ser humano, com o conceito de solidariedade”.
Além da CAPES, outros dois ministérios estiveram representados. Para Sheila de Carvalho, presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, “é preciso construir políticas públicas para que essas pessoas fiquem no Brasil e vivam com dignidade”. Alex André Vargem, diretor de Promoção dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, adicionou: “É importante estreitarmos esses laços nas políticas no âmbito dos ministérios, das universidades e da CAPES”.
Segundo dados da ONU, o Brasil conta hoje com 96 mil refugiados reconhecidos, 114 mil solicitantes de refúgio e mais de 320 mil pessoas com necessidade de proteção internacional. Para Davide Torzilli, membro do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) no Brasil, a ação “representa uma oportunidade concreta de uma inclusão digna” para os refugiados. Representantes das instituições de ensino superior também compareceram. Antônio Jorge, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), explicou que o mundo hoje vive uma “multipolaridade sem governança” e, por isso, existe a necessidade de editais como o da CAPES.
A última a falar no seminário foi Luciana Maltchik Capobianco, fundadora da organização não-governamental Estou Refugiado. Ela relatou ações da ONG, iniciada em 2015, e que hoje tem como desafios, por exemplo, a reinserção de venezuelanos que migram para o Brasil em busca de novas oportunidades. Trabalho é a palavra que mais falam, mas Capobianco observa: “Precisamos qualificar as pessoas, formá-las”.
Assista à íntegra do seminário .
Sobre o Programa
O
PDPG Emergencial de Solidariedade Acadêmica
é um ação voltada para o acolhimento de professores e pesquisadores refugiados, que deverão contribuir para o desenvolvimento da pós-graduação brasileira. O investimento da CAPES será de R$14,4 milhões, distribuídos por 24 projetos. Serão oferecidas 34 bolsas de professor-visitante e 34 de pós-doutorado.
Como contrapartida, as instituições de ensino superior deverão oferecer aos pesquisadores refugiados aulas de língua portuguesa e duas das seguintes opções: moradia estudantil, alimentação, bolsa ou benefício de cunho social e auxílio financeiro para descendente com menos de 18 anos ou ascendente acima de 60.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1:
A CAPES recebeu integrantes da ONU e de outros ministérios em seminário de Programa para pesquisadores refugiados
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 2:
Durante toda a segunda-feira, houve palestras e debates sobre o papel da educação e da ciência para enfrentar esse problema
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 3:
O evento ocorreu no Auditório Anísio Teixeira, na sede da CAPES, em Brasília
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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