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Proposta de parceria foi discutida no II Seminário do IBAS
O II Seminário Acadêmico do Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) aconteceu em Florianópolis de 13 a 16 de agosto. O evento, promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES/MEC), em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve seis eixos temáticos: Biotecnologia e Inovação; Engenharia, Matemática e Ciências da Computação; Educação Superior; Governança Global, Investimento e Comércio Internacional; Transformação e Coesão Social – Aspectos para Sociedades em Transição e Desenvolvimento Sustentável.
Sugestões para a realização de projetos conjuntos de pesquisa foram consideradas em todos os grupos e a proposta de um edital geral de cooperação internacional e vários outros com chamadas específicas prevaleceram. O modelo de edital deverá ser definido para apresentação em outubro em Nova Déli, quando acontecerá a próxima reunião da cúpula do IBAS, para início dos projetos em 2009.
Os grupos vêem no IBAS uma plataforma que deve ser utilizada para promover o desenvolvimento social e industrial dos países membros e, no caso específico do grupo de Engenharia, Matemática e Ciências da Computação, ficou definida a importância do desenvolvimento de projetos de pesquisa de nano e microtecnologias, bem como de educação (aí incluída a educação a distância) na área das engenharias, inteligência computacional e sistemas de controle e automação. O grupo propôs, também, a realização de workshops e diferentes atividades nessas áreas, a fim de favorecer ações colaborativas concretas. Foram elencadas algumas áreas para parcerias futuras: pesquisas automotivas; telemedicina; computadores de alta performance, sistemas embarcados e energia.
Cabe destacar que o grupo responsável pelo tema Educação Superior, que contou com um grande número de participantes, sinalizou que, diante do fato de que os países possuem legados sociais distintos que se refletem na educação superior as particularidades de cada país, como, por exemplo, as diferenças regionais, devem ser consideradas. "Há, também, desigualdades simétricas e similitudes desiguais, o que torna difícil a unidade, porém algumas questões são comuns aos três países como tratar a exclusão social",conforme destacou Claudio C. Pinheiro, da Unicamp, coordenador do grupo.
Pinheiro informou, ainda, que o MEC está realizando o censo acadêmico de pesquisadores brasileiros, dentro e fora do país e estrangeiros no Brasil, que lidam com a temática África do Sul e Índia, e que em breve poderá se ter os trabalhos em desenvolvimento na área de educação que poderão subsidiar ações futuras. Afirmou, ainda, que apesar de o IBAS ter sido formado em 2003, pesquisadores já estavam trabalhando com a questão. Mais de 1.000 brasileiros estão pesquisando a Índia em diferentes áreas e quase 200 a África do Sul. O censo deve ficar pronto em outubro deste ano.
O Ibas é um bloco político formado em 2003 pelo Brasil, a Índia e a África do Sul, com o objetivo de atuar conjuntamente em termos de interesses estratégicos e econômicos para seus integrantes. O acordo prevê o intercâmbio de estudantes de pós-graduação e pós-doutorandos; estabelecimento de um programa de intercâmbio para docentes; realização de seminários para fomentar a definição de temas como áreas de pesquisa; estabelecimento de projetos de pesquisa em cada uma das áreas temáticas; mecanismos de fundos adequados para apoiar as atividades; publicação de trabalho relativo às pesquisas conduzidas no âmbito do mecanismo deste Memorando de Entendimento.
Em 2007, na cidade de Johannesburgo, ocorreu a realização do I Seminário Acadêmico em Durban, que impulsionou o Ibas a firmar o Programa de Intercâmbio no Campo da Educação Superior, no qual serão realizados projetos de pesquisa com intercâmbio de docentes e pós-graduandos. O Ibas também decidiu que era necessário criar um banco de dados sobre a educação superior e tornar disponíveis informações sobre pesquisadores e grupos de pesquisa dos três países. (Assessoria de Comunicação da CAPES)