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Painel apresenta perspectivas para o fomento da pesquisa e da pós-graduação
Coordenado por Ernani Rodrigues de Carvalho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o Painel “Fomento da Pesquisa e da Pós-graduação: balanços e perspectivas” teve como foco, nesta quinta-feira, 23, o panorama e perspectivas das instituições de fomento. “As agências são os pilares de sustentação da ciência e tecnologia no Brasil. Em tempos de crise, temos que discutir para fazer um balanço, reformar hábitos e investir em novas perspectivas”, introduziu Ernani.
Abilio Baeta Neves, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tratou sobre as ações executadas na agência. “Estamos recompondo nosso trabalho com pró-reitores e universidades, identificando problemas e trazendo soluções coletivas para encaminhar as questões centrais. Conseguimos bons resultados com a redistribuição de recursos PROAP e PROEX. Também chegamos a um acordo interessante com relação ao PROSUP e as universidades comunitárias. Precisamos debater ainda sobre formas de repasse e contratação nos programas da CAPES para acharmos alternativas menos burocráticas e mais preocupadas com resultado.”
Outra mudança que precisará da participação dos pró-reitores, citada pelo presidente da CAPES, é com relação aos programas voltados para a formação de professores da educação básica, que deverão ser adaptados às novas políticas anunciadas pelo Ministério da Educação. “O edital do Pibid, que deverá sair no próximo ano, já estará adaptado.” Com relação à Diretoria de Relações Internacionais, Abílio falou sobre projetos institucionais, estratégicos e de construção coletiva com pró-reitores, universidades e setores produtivos, que apontam um novo modelo de relação da CAPES com as instituições.
Avaliação
Baeta Neves também abordou o cenário crescente da pós-graduação brasileira, que impacta diretamente no fomento e na vida acadêmica. “Precisamos discutir esse crescimento, assim como devemos repensar o futuro da avaliação da CAPES. É necessária uma análise de como foi o processo da Quadrienal e o que deve ser considerado para ajustá-lo. Isso é de suma importância para a CAPES, para as instituições e para o desenvolvimento da pós-graduação.”
Durante o painel “Avaliação Quadrienal: Balanços e Perspectivas”, a diretora de Avaliação da CAPES, Rita Barradas Barata, apresentou resultados do último processo avaliativo e citou que, de maneira geral, as notas mantiveram-se proporcionalmente estáveis de 2013 para 2017. A diretora também apresentou a evolução dos cursos de excelência pelo Brasil ao longo dos anos e afirmou que, apesar de lenta, a progressão está acontecendo. Sobre o processo de avaliação, Rita reforçou a necessidade de aprimoramento. “Isso é natural. Com o tempo, o processo precisa ser modificado para adaptar-se ao sistema que está cada vez maior e mais diversificado. Este fato nos traz a oportunidade de pensar a avaliação a partir de uma nova realidade para que ela continue servindo ao propósito do desenvolvimento da pós-graduação no Brasil e da formação de bons pesquisadores.”
Além de falar de aspectos da avaliação e dos resultados, Sylvio Canuto, coordenador da área de Física e Astronomia e representante do Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES), citou a Plataforma Sucupira como uma inovação importante em 2017, que permitiu que, com os dados já consolidados, houvesse mais tempo para analisar outros aspectos no processo avaliativo.
Inovação
Também participaram do Painel “Fomento da Pesquisa e da Pós-graduação: balanços e perspectivas” o diretor de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Wanderley de Souza, e o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Mario Neto Borges. Com base na temática do encontro - “O impacto da Pesquisa e da Pós-graduação na Sociedade” – Mario Neto levantou a discussão acerca da queda do Brasil no índice global de inovação. “Não significa que estamos produzindo menos. No índice de produção estamos estáveis, mas estamos despencando com relação à inovação. Isso significa que não estamos conseguindo fazer com que a nossa pesquisa vire solução de problemas. Temos que corrigir essa distorção para, assim, conseguir mais recursos para a C&T. Também é necessário fazer com que educação, ciência, tecnologia e inovação sejam políticas públicas a longo prazo para o país e não apenas para governos.”
ENPROP
O Encontro Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (ENPROP) ocorre anualmente em uma das regiões do país e conta com a participação de gestores das instituições de ensino superior de todo o país e dos diversos segmentos (públicos federais, estaduais e municipais, confessionais/comunitários, e particulares) que se dedicam regularmente à pesquisa, à inovação e à pós-graduação, além de gestores ministeriais, dirigentes das agências de fomento, pesquisadores renomados e convidados.
As atividades programadas têm como objetivo o debate amplo sobre temáticas relevantes no sentido de elaborar contribuições para o aprimoramento e superação de problemas, além de propiciar o compartilhamento de experiências bem-sucedidas. Neste ano, o ENPROP acontece na UFPB e o evento segue até o dia 24 de novembro.
Acesse aqui a programação completa.
(Natália Morato – João Pessoa/PB - CCS/CAPES)
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