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Reuso de água de dejetos acelera desenvolvimento de plantas
Pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) identificaram nas águas usadas para lavar granjas de suínos e lançadas em lagoas de rejeitos um componente importante para a agricultura. O líquido retirado desses reservatórios, após passar por um processo que utiliza temperatura e pressão controladas, se transforma em nanopartículas de carbono que, aplicadas nas folhas das plantas, ajudam no processo de fotossíntese e aceleram em até 30% o seu crescimento.
Com participação de bolsista da CAPES, a pesquisa pretende contribuir para aumentar a produção agrícola e, ao mesmo tempo, ser um aliado do meio ambiente. “Esse trabalho pode ajudar na oferta de mais alimentos para o futuro e dar destino adequado para esses resíduos, contribuindo ainda para diminuir a emissão de poluentes”, afirma Adriano Buzutti de Siqueira, professor associado do Departamento de Química da UFMT e coordenador do projeto. Ao reutilizar a água da lagoa de dejetos, evita-se a contaminação de lençol freático e, consequentemente, os rios da região. Ele classifica o trabalho como um facilitador da economia circular e sustentável.
A planta, após receber a aplicação do nanofertilizante – denominado BioC-dots e que não é visto a olho nu – melhora a eficiência do seu processo de fotossíntese, o que contribui para o seu desenvolvimento. As partículas de carbono ficam dispersas na solução formada pela própria água da lagoa de dejetos, que é utilizada como solvente. “Temos observado o aumento no tamanho das plantas, que aproveitam melhor a luz solar, crescem e podem produzem mais grãos, legumes, frutas e hortaliças”, ressalta Adriano.
Ana Carolina Cunha Serafim, bolsista da CAPES em Química, explica que com a técnica utilizada, o nanofertilizante trabalha em sinergia com o vegetal. “Esse material absorve a região ultravioleta da luz solar que a planta não consegue captar e emite uma iluminação que é absorvida pela própria planta, ajudando a conversão solar em química da fotossíntese, facilitando, então, o crescimento da planta”, detalha. Seu trabalho é entender o funcionamento, as características e a aplicação do bioestimulante. Aqui, a bolsa da CAPES é fundamental: “A dedicação exclusiva nessa atividade faz com que as coisas andem. Se eu tivesse que dividir o tempo entre trabalhar e estudar, não teria os resultados em dois anos”.
Os testes de fotossíntese começaram no ano passado, em colaboração com pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em lavouras de soja e algodão. A aplicação nas plantações é estimada para o segundo semestre deste ano no Mato Grosso, que tem um número expressivo de granjas suínas.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1 e 4:
Pesquisadores da UFMT identificaram nas águas usadas para lavar granjas de suínos biofertilizante para a agricultura
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 2: A
driano Buzutti de Siqueira, professor associado do Departamento de Química da UFMT e coordenador do projeto
(Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 3:
Ana Carolina Cunha Serafim é bolsista da CAPES em Química/UFMT
(
Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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