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Reunião anual da SBPC traz relato de ex-bolsistas do CsF
O programa Ciência sem Fronteiras foi tema de debates durante a tarde desta quinta-feira, 16, na programação da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece durante toda a semana na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Ao todo, sete bolsistas falaram sobre a experiência de estudar no exterior. Peirol Francisco do Nascimento (EUA), Felipe Regis e Silva (EUA), Niara Parreira Duarte Lungow (EUA), Cintia Akie Nakano (Coreia do Sul), Marcos Pereira do Santos (Canadá), Guilherme de Rosso Manços (EUA) e o professor Aleixo da Silva (Aleixo da Silva) contaram suas experiências e tiraram dúvidas dos participantes.
O estudante de engenharia de gestão da Universidade Federal do ABC, Peirol Gomes, falou sobre o que achou mais interessante no intercâmbio, como morar dentro da universidade, as formas diferentes de avaliação e o amor que os estudantes têm pela universidade. No período que passou nos Estados Unidos, Gomes teve contato com três instituições, a Universidade do Colorado, Universidade do Alabama e Universidade de Stanford, "um mundo completamente diferente", afirmou.
Já Felipe Regis contou sobre a experiência com o idioma. "Eu sabia inglês, mas falar aqui, ouvir música, ver filmes em inglês é diferente de assistir aulas, estudar e escrever só em inglês." O ex-bolsista falou que na Universidade do Alabama ele pôde estudar não somente tecnologia, pois teve a oportunidade de fazer matérias de business. "O empreendedorismo é muito importante para a carreira de um engenheiro". O estudante, que fez estágio na Nasa, disse que, se não fosse o programa, talvez não tivesse ido tão longe. "Saí da Bahia e sempre estudei em escola pública e tive uma grande oportunidade."
Niara Lungow, estudante de engenharia aeroespacial, falou sobre as aulas de liderança, o estágio na Boeing e do prêmio que recebeu na última semana do estágio, pelo melhor projeto de engenharia, no qual desenvolveu um drone com outros estudantes. "A experiência do estágio é indescritível", afirmou a estudante.
A estudante de estatística Cintia Akie Nakavo disse que apesar das aulas serem ministradas em inglês, ela aproveitou para estudar coreano. "É impossível comprar comida sem saber o básico de coreano", explicou a estudante que disse ter escolhido a Coreia do Sul pelo país ser referência mundial em educação, pela oportunidade de aprender um terceiro idioma e relatou ter sido uma experiência única a de poder estagiar no centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa Hyundai Steel.
No período que passou no Canadá, Marcos Pereira dos Santos, disse que um dos pontos diferentes que ele destaca é o fato de a universidade se preocupar com a sanidade mental dos alunos. "Eles levam filhotes de cachorro para as pessoas brincarem, por exemplo." Sobre o nível de ensino canadense e brasileiro, o estudante disse que só chegou lá e foi bem sucedido, graças à qualidade do curso de graduação que tem no Brasil. Ele fez graduação na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). "O nível de conhecimento que temos no Brasil não deixa a desejar lá fora".
Guilherme Rosso, que foi para os EUA na primeira chamada do programa, falou da Rede CsF , um ambiente de integração entre participantes do programa Ciência sem Fronteiras e parceiros. A rede foi criada por ele após o retorno do exterior. Hoje o estudante cursa mestrado na USP.
Já o professor José Antonio Aleixo da Silva foi com bolsa de estágio pós-doutoral para Berlim, na Alemanha, e brincou com a plateia. "O Ciência sem Fronteiras tem muita bolsa também para a terceira idade." Por meio do programa, o ex-bolsista conta com orgulho que possui carrteira de Professor na Universidade de Berlim com validade até 2017.
Helena Nader, presidente da SBPC, que coordenou a mesa, disse que esta é a terceira vez que relatos de ex-bolsistas do CsF compõem a programação científica da reunião anual da instituição. Segundo ela, esta mesa foi criada na reunião de Recife, em 2013, com o objetivo de mostrar os lados positivos do programa. "O programa tinha muitas crítica por parte da mídia e essas mesas com os relatos ajudaram muito a mostrar o programa por outro ângulo", afirmou. Nader encerrou dizendo que cada um dos estudantes que retornaram tem a obrigação de trazer novas ideias para o ensino superior brasileiro.
Fabiana Santos