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Retomar estudos reacende prazer de ensinar
Há 20 anos lecionando nas séries iniciais do ensino fundamental do município de Londrina, no norte do Paraná, o professor Gláudio Renato de Lima busca agora novos conhecimentos que lhe permitam impulsionar sua carreira. Ele cursa pedagogia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), onde ingressou no segundo semestre de 2009, aproveitando as oportunidades oferecidas pela criação do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor).
"Ter voltado a estudar reacendeu o prazer de ensinar. Cada novo conteúdo na universidade nos leva a melhorar nossa prática cotidiana, fazendo com que ela seja mais reflexiva e dinâmica", salienta Gláudio de Lima, que dá aulas na Escola Municipal Norman Prochet. Segundo ele, que faz agora sua primeira licenciatura, é muito motivador estudar e conhecer coisas novas. "Estudar nos instiga a melhorar e a ver nosso papel de forma mais crítica", acredita.
Com relação à experiência de estudar e trabalhar ao mesmo tempo, ressalta que, apesar de cansativa, oferece condições para uma reflexão contínua entre a teoria e a prática. "E se nossa prática enriquece os debates em sala, na universidade, o conhecimento teórico nos oportuniza aperfeiçoarmos nossas práticas na escola", destaca Gláudio de Lima. Ele diz que inúmeros professores da rede de ensino de seu município estão fazendo cursos por meio do Parfor. "No começo, alguns não acreditaram, mas quando perceberam que era para valer e não um programa passageiro, vários optaram pelo retorno aos estudos", esclarece.
Ação conjunta do Ministério da Educação (MEC), instituições públicas de educação superior e secretarias de educação estaduais e municipais, o Parfor possibilita acesso a cursos superiores de licenciatura, gratuitamente, a professores das redes públicas de ensino sem formação adequada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de dezembro de 1996. O programa oferece todas as licenciaturas das áreas de conhecimento da educação básica, nas modalidades presencial e a distância. Há cursos de primeira licenciatura para professores sem graduação, de segunda licenciatura para licenciados que atuam fora de sua área de formação, e de formação pedagógica, para bacharéis sem licenciatura. O programa é coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ( Capes/MEC ), responsável pela indução, fomento e avaliação dos cursos oferecidos.
A coordenadora geral do Parfor na Universidade Tecnológica Federal do Paraná ( UTFPR ) é a professora Sonia Ana Leszczynski, que trabalha na instituição desde 1985, quando ainda era Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-PR). De acordo com ela, a UTFPR atende, atualmente, especificamente na modalidade de formação pedagógica, 19 professores dos municípios de Pato Branco, Dois Vizinhos e Francisco Beltrão, mas há um grande número de interessados na fila de espera.
"São cerca de 220 professores do quadro efetivo do Estado do Paraná aguardando para fazer o curso de formação pedagógica", adianta Sônia Ana. Ela explica que apesar da grande procura pelo curso, a homologação dos nomes foi baixa devido a alguns problemas ocorridos durante a pré-inscrição dos candidatos no sistema informatizado criado pelo MEC para que os professores escolham o curso que desejam fazer - a Plataforma Paulo Freire . Um deles, de acordo com ela, é que não há um correto entendimento do que é o curso de formação pedagógica e algumas pessoas entendem como sendo pedagogia. Outra questão que levanta é o fato do Parfor só oferecer vagas para professores das redes públicas em efetivo exercício. Na visão de Sônia Ana, que é graduada em psicologia, com Masters of Arts e PhD em educação pela Universidade de Iowa (EUA), se as vagas remanescentes pudessem ser ofertadas para professores com vínculo temporário, as turmas seriam preenchidas com mais facilidade.
(Fonte: Jornal do Professor/MEC)