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ReCoPI homenageia os dez anos da aérea interdisciplinar
Nesta terça-feira, 30, a 4ª Reunião Nacional de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação Interdisciplinares fez homenagem ao pioneirismo e contribuição de importantes personagens para a construção e consolidação da área interdisciplinar.
Em comemoração aos dez anos da área interdisciplinar, foram agraciados pela visão acadêmica e competência científica o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães; o criador e coordenador da CAInter no período de 1999 a 2003, Luiz Bevilacqua; o coordenador da CAInter no período de 2003 a 2004, Cláudio Augusto Machado Sampaio (in memorian); o coordenador da CAInter no período de 2004 a 2005, Cláudio Habert; e o coordenador da CAInter no período de 2005 a 2008, Carlos Nobre.
Também foram reconhecidos pela equipe da CAInter o atual coordenador da área interdisciplinar, Arlindo Philippi Jr.; e o coordenador-adjunto, Pedro Pascutti. Pelo desenvolvimento do Sistema de Apoio à Avaliação Editorial de Livros, receberam as homenagens o professor Roberto Carlos dos Santos Pacheco, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o diretor de Avaliação da Capes, Lívio Amaral. Elionora Barros, da diretoria de Avaliação (DAV) da Capes, foi lembrada pelo apoio às atividades da CAInter. "Essa homenagem não é só minha. A 4ª ReCoPI é resultado do esforço e dedicação de várias pessoas da Capes – da DAV e de outras diretorias", agradeceu.
Depoimentos
O presidente da Capes, Jorge Guimarães, levantou a questão da preocupação relativa ao crescimento de doutores para atingir uma fase de equilíbrio em relação à situação do Brasil e ao tamanho da sociedade, a ser abordada no Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020. "Não é um exercício fácil, pois estamos cerca de dez vezes abaixo de países desenvolvidos e muitos que não são desenvolvidos, mas que estão à nossa frente na questão da ciência, tecnologia e inovação. Ainda assim, hoje somos favorecidos, pois o país ainda tem muita perversidade social", disse.
Após lembrar a trajetória da área, Pascutti ressaltou a dificuldade inicial de todos no entendimento da área interdisciplinar, que atualmente, graças à compreensão das pessoas que ajudaram na construção e consolidação, atingiu a maturidade. Segundo o coordenador-adjunto, a área interdisciplinar deu e dá a chance de rever conceitos, de tentar entender pessoas que vêm do outro lado do mundo, com outras idéias. "Avançamos muito, mas muito ainda tem que ser feito. Atingimos a maturidade em termos de área, mas isso não é nem o começo. Temos muita a crescer em termos de estabelecimento de critérios, por exemplo."
Misako Sampaio, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que recebeu a homenagem em nome de Cláudio Sampaio ressaltou o trabalho dos primeiros otimistas que "encararam a tarefa de levar adiante o trabalho de implantação da área e aos seguidores que se encontram presentes na ReCoPI, pois hoje a área encontra-se fortemente enraizada."
Cláudio Nobre classificou a participação como coordenador da CAInter como o trabalho de comitê mais importante e interessante da carreira. "É muito raro ter a oportunidade de se relacionar proximamente com pessoas brilhantes de todas as disciplinas. Aqui eu conheci, interagi com o universo do pensamento brasileiro. Eu, que vim da área do meio ambiente, comecei a ver outras dimensões." Segundo Nobre, a junção de inteligências e as oportunidades vividas no período tornou o trabalho muito prazeroso.
Interdisciplinaridade
Presente na ocasião, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Aragão, disse que a questão da interdisciplinaridade é a questão atual que a ciência, tecnologia e inovação terá que enfrentar. "Passamos o dia tratando do futuro do CNPq e uma das questões colocadas como prioridade foi exatamente como é que vamos lidar com a interdisciplinaridade no âmbito do CNPq. No caso do CNPq, ela está intimamente ligada à questão da avaliação."
De acordo com Aragão, a avaliação do CNPq precisa, de alguma forma, incorporar a interdisciplinaridade, ser capaz de enxergar a interdisciplinaridade. "É entusiasmante ver que podemos contar com uma experiência testada, já que é uma área desenvolvida pela Capes já há dez anos e liderada por pessoas extremamente criativas de competência reconhecida. Não precisamos reinventar a roda nem começar do zero Precisamos sim procurar maneiras de incorporar esta agenda a ciência, tecnologia e inovação nacionais."
O presidente do CNPq afirma, ainda, que as chamadas áreas estratégicas colocam problemas em que o que é importante é buscar solução buscando diferentes olhares que complementam, enriquecem e ampliam as possibilidades de solução.
Lançamento
No segundo dia da 4ª ReCoPI foi realizado o lançamento do livro "Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação", obra elaborada por cientistas e pesquisadores de reconhecida expressão nacional e internacional das mais diversas formações que traz à discussão resultados de pesquisas, oferecendo elementos para análises e tomadas de decisão pelos seus gestores. É destinada à comunidade acadêmica, constituindo um referencial para aqueles que estudam, implementam e desenvolvem projetos de pesquisa e ensino de pós-graduação multi e interdisciplinares, contribuindo para o desenvolvimento da interdisciplinaridade em ciência, tecnologia e inovação.
Cláudio Habert, um dos homenageados do dia que também participou da formulação da publicação, destaca a satisfação em ver o livro produzido. "É um trabalho feito por pessoas dedicadas voluntariamente que se esforçam pelo crescimento do país e melhorias nas condições gerais para que depois tenha algum reflexo na ponta. Queremos que, ao final, o trabalho da gente reverta em progresso e felicidade da população brasileira."