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TECNOLOGIA
Radiofrequência é usada para tratar câncer de fígado
SOFIA, tecnologia inovadora, 100% nacional, promete destruir tumores de até cinco centímetros de diâmetro.
Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES), Paulo Roberto dos Santos, doutorando em Sistemas Mecatrônicos pela Universidade de Brasília (UnB) participa do desenvolvimento de um equipamento médico para tratar o câncer de fígado. Chamado de SOFIA - sigla em inglês para Sistema de Ablação Empática por Radiofrequência – o dispositivo destrói o tecido cancerígeno por meio de ondas de rádio. O projeto é coordenado por Adson Rochapor, professor de Engenharia Elétrica da UnB, e promete ser uma alternativa de tratamento eficaz e menos invasiva.
O protótipo, de fácil manejo e com monitoramento de dados, funciona a partir de um sistema de agulhas que, inseridas na pele, são guiadas por ultrassom ou tomografia computadorizada até o tumor. Ali, a ponta da agulha se abre e as células cancerígenas são queimadas. “Essa técnica é conhecida como ablação hepática por radiofrequência e se apresenta como opção viável, por exemplo, para pacientes idosos que não podem ser expostos a uma cirurgia com grande abertura de tórax”, afirma Paulo Roberto.
O projeto apresenta resultados satisfatórios e diversas vantagens. O procedimento é rápido, a incisão, mínima, o tempo de internação, curto, e a recuperação, breve. "O aparelho é inovador. Um dos diferenciais frente ao equipamento utilizado atualmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o tamanho da área de queima, podendo ser aplicada em tumores de até cinco centímetros de diâmetro, enquanto o padrão atinge, no máximo, três”, explica o coordenador.
Um dos objetivos do projeto foi superar limitações relacionadas ao custo do tratamento. Segundo Paulo Roberto, hoje, no Brasil, todo equipamento usado é importado. SOFIA vem como uma solução tecnológica de ponta, 100% nacional, 20 vezes mais barata, segura e eficaz para tratar a população brasileira. A versão atual do dispositivo está pronta para a realização de testes clínicos. O próximo passo é o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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