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Psicóloga estuda a subjetividade social docente
Adelina Novaes é formada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi bolsista da CAPES no doutorado e no pós-doutorado. Atualmente, ela coordena o Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade-Educação (CIERS-ed), vinculado ao Departamento de Pesquisas Educacionais (DPE) da Fundação Carlos Chagas (FCC).
Fale sobre a sua pesquisa.
Desenvolvi o meu pós-doutorado na Inglaterra, no Departamento de Psicologia Social da London School of Economics and Political Science. Meu intuito era delimitar as relações entre os conceitos de representações sociais, subjetividade e profissionalização. O estudo recorreu à base de dados construída no contexto do programa de pesquisa Processos psicossociais da formação e trabalho docente, do CIERS-ed. A base conta com 500 respostas de professores do ensino fundamental das cinco regiões brasileiras, incluindo 25 professores da Argentina (Buenos Aires). A integração das informações resultou na publicação de dois artigos, disponíveis na internet.
O que a motivou a escolher o tema?
Sou psicóloga. Por isso, meu interesse primordial sempre foi compreender os processos psicossociais que envolvem a prática educativa. Eu acredito que esse saber pode favorecer a proposta de políticas para a formação de educadores.
Quais os resultados da pesquisa?
Com o emprego dessa metodologia, identifiquei que o tempo de docência foi uma variável de destaque da pesquisa: professores entre cinco e quinze anos de magistério têm construído representações sociais sobre a docência que chamam para si a responsabilidade da formação dos alunos. Aludindo ao heroísmo, esses profissionais de carne e osso se veem como transformadores da realidade social, promotores do sucesso dos educandos, conselheiros e publicitários, no convencimento dos alunos pela importância de estudar. Esse “superpoder” prediz o tamanho do sofrimento com o fracasso da educação reiteradamente veiculado pela mídia. Por outro lado, os resultados remetem a matrizes do pensamento pedagógico, com foco principal na pedagogia freiriana*, que permitem a inferência de que as representações sociais da docência e de ser docente estão ancoradas em concepções emancipatórias da educação. Esse é o rumo para a elaboração das políticas de subjetividade.
*N. da R.: Termo referente à metodologia desenvolvida pelo educador Paulo Freire.
Seu trabalho já foi reconhecido?
Em decorrência desse estudo, fui convidada pelo Governo do Uruguai e pela UNESCO para debater a profissão docente (2015), convidada pela Universidade Nacional de Tucumán (Argentina) para ministrar conferência na quarta, quinta e sexta edições do Congreso Internacional de Psicología del Tucumán (2015, 2017, 2019). Fui convidada pela Red Nacional de Investigadores en Representaciones Sociales e pelo Centro Mexicano para el Estudio de las Representaciones Sociales para ministrar conferência no Seminario Internacional sobre Sustentabilidad da Universidad de Monterrey, México (2021). E, ainda, convidada pela Universidad Nacional de Colômbia para a Conferência Internacional sobre Representações Sociais (2023). No ano passado, também fui convidada para ser pesquisadora visitante pela University of Portsmouth (Inglaterra), com financiamento do Research England Enhancing Research Culture Fund.
Qual é a importância da bolsa da CAPES?
As duas bolsas da CAPES foram essenciais para que eu tivesse a chance de desenvolver as pesquisas de doutorado e pós-doutorado. No que concerne à experiência no exterior, foi de especial importância para o aprimoramento do projeto e para o estreitamento de laços que ampliaram a minha internacionalização e que, hoje, se estendem para meus orientandos de mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Legenda das imagens:
Imagem 1 : Adelina Novaes é formada em Psicologia pela UFRJ e mestre e doutora em Educação pela PUC-SP. Arquivo pessoal.
Banner e Imagem 2: Ex-bolsista da CAPES coordena pesquisas sobre a articulação entre representações sociais, subjetividade e profissionalização dos professores do ensino básico. Arquivo Pessoal.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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