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Projeto mostra a participação dos negros na história do Brasil
Na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) um projeto do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) tem debatido, de forma criativa, as trajetórias de povos africanos e afro-brasileiros. O Pibid História Podcast é feito por bolsistas do Programa nas escolas e tem contribuído para a qualificação profissional dos estudantes de História.
Para a idealizadora, Maria Emília Vasconcelos, professora de História e Cultura Afro-brasileira e coordenadora de área do Pibid, “é desejável que futuros professores tenham formação adequada para lidar, em sala de aula e fora dela, com temas sensíveis e dolorosos, como o preconceito racial”. Responsável por elaborar e conduzir o projeto, Maria Emília entende que “cabe à disciplina de História abordar processos de lutas, interpretações sobre o passado, expectativas para o futuro e a construção de imagens positivas sobre africanos e afrodescendentes no País”.
Esse processo, chamado de “descolonização do saber”, é oferecido em oito episódios que já estão no Spotify. “Podem ser ouvidos de forma autônoma, ainda que cada temporada esteja organizada em torno de temas: personalidades negras, indivíduos do século XIX, e negros e negras na Primeira República”, explica Maria Emília. Da primeira, o destaque é a edição sobre a Rainha Jinga dos reinos Ndongo e Matamba, no continente Africano, importante nome da resistência ao colonialismo português. Menção a esse episódio “foi publicada na Revista História Hoje, que é Qualis A1”, completa a coordenadora.
Já a segunda temporada tem duas partes. Na primeira, Emiliano Mundrucu e Bárbara de Alencar, são os dois nomes, evidenciados pela professora, que dialogam com o bicentenário da Independência do Brasil. A segunda, está em fase de elaboração possibilitada pela ampliação do número de bolsistas do Pibid, em maio de 2023. Duas novas escolas foram vinculadas à proposta e seis novos programas sobre negros e negras e suas experiências na Primeira República, serão gravados.
Maria esclarece que, além de promover espaço de circulação dos debates produzidos para o público em geral, a “intenção é ser um recurso para fazer valer a Lei nº 10.639/2003”. A norma determina a obrigatoriedade de estudo da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio, públicos e privados, de todo o País. Isso “só será possível a partir da capacitação de professores e da oferta de materiais e recursos didáticos adequados às culturas juvenis contemporâneas”, ressalta.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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