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Projeto inédito de formação chega ao interior da Amazônia
Para assegurar aos professores do interior da Amazônia o acesso a cursos de formação inicial e continuada por meio das novas tecnologias, a CAPES, vai levar a Universidade Aberta do Brasil (UAB), a partir de novembro, a 60 comunidades ribeirinhas do Rio Juruá, no extremo oeste do Amazonas.
Esta é uma iniciativa inédita da CAPES. O projeto-piloto é vinculado ao Programa Federal Amazônia Conectada, do Ministério do Exército, e pretende integrar áreas isoladas da região com uma fibra ótica subfluvial. Inicialmente será implantado no município de Carauari, onde existem duas unidades de conservação: a Reserva Extrativista Médio Juruá, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari, vinculada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas.
A UAB será responsável pela formação de professores na modalidade a distância. A intenção é melhorar a qualidade do ensino nas comunidades ribeirinhas. A estruturação dos cursos vem sendo feita há dois anos e, em novembro, profissionais da CAPES visitarão o local pela última vez antes do início das atividades, em janeiro.
A iniciativa da CAPES atua em duas frentes: uma voltada à formação inicial de futuros professores e a outra, à formação continuada daqueles que já atuam nas escolas da área rural. A primeira ocorrerá com a oferta do curso de Pedagogia do Campo, cujo projeto pedagógico foi desenvolvido especificamente para comunidades situadas em Unidades de Conservação.
A longo prazo, a ação se transformará em economia para a prefeitura, pois não será mais necessário o deslocamento de professores da sede do município. Por outro lado, representará a garantia de educação de qualidade, com respeito à identidade das crianças que cuidarão das florestas no futuro. O curso, conduzido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), na comunidade Bauana, terá duração de quatro anos e oferecerá 55 vagas.
Na linha de educação continuada, o Projeto Escolas Ribeirinhas Sustentáveis é uma proposta de ação de educação ambiental junto às escolas ribeirinhas, no contexto do bioma Amazônia. Ela considera a determinação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), de que a integralização curricular poderá incluir, a critério dos sistemas de ensino, projetos e pesquisas envolvendo os temas transversais. Aqui, o tema a ser desenvolvido será ‘água’, de forma multidimensional.
As referências para a execução deste trabalho encontram-se em conhecimentos científicos, saberes tradicionais e originários, além de pesquisas, práticas e intervenções locais sustentáveis, além da prevenção de desastres. Os conteúdos incluem as mudanças do clima e educação para a redução de riscos e prevenção de desastres hidrometeorológicos. Também serão feitas atividades práticas, denominadas “ecotécnicas”, sobre saneamento, captação, monitoramento e filtragem de água.
A ação será desenvolvida durante dois anos pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM), em parceria com MEC, MMA e outros órgãos. Seu público-alvo são os 68 professores de 36 escolas ribeirinhas com, aproximadamente, mil alunos. Seu objetivo é tornar a iniciativa uma referência para outras localidades da Amazônia e outros biomas brasileiros cujo desafio seja educar as populações extremamente isoladas.
O foco da UAB é levar o ensino superior aos municípios do interior do país, capacitando as pessoas. Com isso elas poderão contribuir para o desenvolvimento da região. Os cursos, ministrados a distância, já atenderam mais de 220 mil alunos em todo o Brasil. Hoje existem cerca de 800 polos de educação a distância. Os cursos são ministrados por 135 instituições públicas de ensino superior.
A CAPES tem outros três programas que contribuem para a formação inicial e continuada professores:
- O Programa de Iniciação à Docência (Pibid) já atendeu a mais de 200 mil licenciados desde 2009 e dá aos estudantes da primeira metade do curso uma aproximação prática com a rotina das escolas públicas;
- O Residência Pedagógica, que ofereceu 45 mil bolsas em 2018, busca o aperfeiçoamento do estágio curricular supervisionado a partir da segunda metade da licenciatura.
- O Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Pafor), por sua vez, tem como objetivo capacitar os profissionais do magistério que dão aula na rede pública e não têm formação específica na área em que atuam em sala de aula. Já são mais de 2.900 turmas desde a implantação do programa em 2009. Mais de 94 mil professores matriculados e 44 mil formados. São docentes de 3.300 municípios. Ao todo, 510 municípios possuem turmas implantadas.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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