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Projeto da UFBA orienta e acompanha mulheres durante a pandemia
O Programa de Pós-graduação em Enfermagem e Saúde da UFBA, coordenado por bolsistas da CAPES, leva orientações sobre a COVID-19 a mulheres vítimas de violência doméstica.
A pandemia do novo coronavírus fez com que profissionais de diversas áreas desempenhassem suas atividades de forma diferente. Na Universidade Federal da Bahia, o Programa de Pós-Graduação (PPG) em Enfermagem e Saúde capacita monitores para desenvolverem um trabalho de acolhimento e acompanhamento por telefone – o telemonitoramento – em parceria da Polícia Militar (PM) do estado: é o Projeto Vid@ na Covid, é direcionado a mulheres, vítimas de violência doméstica, protegidas pelo estado.
Com base nas respostas dos questionários, os voluntários elaboraram uma cartilha com orientações para melhorar a saúde física e mental das mulheres atendidas. Por telefone, são transmitidas informações de saúde e orientações sobre as formas de prevenção, sinais e sintomas da COVID-19. As assistidas também respondem a perguntas sobre sua saúde. Com essa medida, os enfermeiros conseguem ajudá-las a distância. “Entendemos que nessa situação de pandemia, com muitas pessoas em isolamento social, havia necessidade de um cuidado mais próximo, de uma atenção mais próxima a essas mulheres”, afirma Lilian Almeida, vice-coordenadora do Projeto.
O Vid@ na Covid foi idealizado a partir da vivência de Nadirlene Gomes, que também é coordenadora do PPG de Enfermagem e Saúde, e contou com a parceria de Lilian Almeida em sua elaboração. Sua quarentena foi iniciada em Portugal, enquanto fazia estágio como professora visitante pela CAPES. Ao voltar para o Brasil, com as experiências adquiridas, o Projeto começou a tomar forma. Para Nadirlene, o telemonitoramento é uma forma de reduzir o distanciamento e levar ajuda capacitada às famílias: “No período de quarentena a gente percebe maior dificuldade de acesso ao suporte institucional, mas também ao suporte social: aquele amigo, vizinho, aquele apoio religioso, que em tempo de pandemia fica muito mais comprometido”.
A ação tem a parceria de outras duas instituições além da PM e conta com cerca de 50 participantes: quatro são bolsistas da CAPES. Além da Ronda Maria da Penha, um programa da Polícia Militar do estado, participam as Universidades do Estado da Bahia (Uneb) e a Federal do Vale do São Francisco (Univasf). Os materiais produzidos estão disponíveis para serem usados por outros grupos que recebem o treinamento oferecido pelos integrantes do Projeto. Luana Campos, doutoranda, considera a integração um ponto fundamental. Ela conta que as mulheres “inicialmente se sentem um pouco resistentes às ligações”, mas que “no andar do trabalho elas se sentem acolhidas e mais seguras”.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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