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Projeto da FAB busca velocidade hipersônica
Já pensou viajar de Brasília a Salvador em menos de meia hora? Isso já é possível se você for piloto da Força Aérea Brasileira (FAB). Os caças, modelo Gripen, que entram em operação em 2019, fazem esse trajeto em 27 minutos. Cerca de dois mil quilômetros por hora, velocidade supersônica.
E se for mais depressa ainda? Cinco vezes mais rápido? A aeronáutica desenvolve desde 2006, com o apoio da CAPES, um projeto que pretende atingir a velocidade hipersônica. A tecnologia do projeto 14X é uma vanguarda em todo o planeta
Aproximadamente 40 pessoas estão envolvidas diretamente no projeto. Os primeiros testes em voo de motor hipersônico, como o 14X, serão realizados em 2020. A máquina vai entrar em funcionamento na estratosfera, a 40 quilômetros de altura. A previsão dos pesquisadores é de que a aeronave atinja a velocidade supersônica durante cerca de cinco segundos e exploda em seguida.
Claudio José Rocha, pesquisador da FAB, afirma que o os testes do motor no túnel de vento tiveram bons resultados e que agora é preciso colocar o protótipo no ar. “A partir dos ensaios em solo, que foram feitos em túneis de vento, nós tivemos a conclusão de que o nosso motor hipersônico é viável e funciona”.
O pesquisador explica que como os tempos de teste são muito curtos no túnel de vento, são necessários ensaios em voo para que seja possível atestar que o motor é viável tecnicamente. Só assim ele poderá ser produzido e otimizado para as aplicações civis e militares. Cada teste com o motor hipersônico ligado dura cerca de 50 milissegundos, mais rápido que um piscar de olhos.
Os laboratórios de desenvolvimento ficam no Instituto de Estudos Avançados da Aeronáutica, em São José dos Campos. A evolução da tecnologia aeronáutica brasileira ajuda não só no desenvolvimento da ciência, como também melhora a economia local.
O coronel Lester Faria, diretor do Instituto de Estudos Avançados da Aeronáutica, comenta que estão se desenvolvendo municípios como São José dos Campos e cidades do seu entorno, como Campinas e a própria capital, São Paulo. “Do mesmo modo podemos falar de Alcântara e São Luís no Maranhão, de onde é lançado o produto. A gente gera emprego, faz a economia girar e incentiva as universidades dessas localidades. É um produto completo”.
Com o avanço do programa, os pesquisadores esperam captar mais recursos para desenvolver outras tecnologias. Além da CAPES, a pesquisa recebe recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da FAB e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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