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PPGs de educação e ensino de ciências e matemática devem se integrar às escolas brasileiras
Não se pode pensar ciência sem educação básica. Com essa afirmativa, Eduardo Mortimer da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) iniciou sua participação hoje, 27, na mesa de debates Ciências e Matemática nas Escolas e Educação Tecnológica, parte das atividades da 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), que acontece em Brasília até amanhã.
Mortimer defende a integração dos quase 200 programas de pós-graduação das áreas de educação de ensino de ciências e matemática com as escolas brasileiras da educação básica. Com dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o professor ressaltou que em sete anos (2003-2009) foram formados nesses programas 2.260 mestres, 220 doutores e 735 mestres profissionais.
Com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Mortimer destacou outros dados. Em 2006, das 24.608 posições de professores de química de ensino médio, apenas 8.466 possuíam licenciatura na área. Nos últimos 25 anos, 30.837 alunos obtiveram licenciatura em química. “Por que essas pessoas não ficam no sistema educacional?”, questionou. O representante da UFGM destacou alguns dos problemas: o salário é baixo; o piso nacional é importante, mas insuficiente; os professores trabalham em duas ou três escolas; as classes são numerosas; e há uma crescente violência nas escolas.
Desafios
Como desafios do ensino básico, Educado Mortiner, falou da necessidade de dedicação exclusiva do professor em uma única escola; da melhoraria da infra-estrutura das instituições; do aumento do tempo do aluno na escola; e da redução do número de alunos por classe, para que os programas de ensino sejam focados no aluno e não no professor.
Outro ponto importante destacado é incluir a participação dos professores das escolas básica nas pesquisas. Para Mortimer, é necessário incluir no currículo a discussão de temas como águas urbanas, lixo, saúde pública e alimentação. O professor defende tornar o ensino investigativo, além de trabalhar o letramento ou a alfabetização científica. “Precisamos transformar alunos em leitores e produtores de textos científicos”, finalizou.