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Professores precisam trabalhar com novas tecnologias
É preciso começar a discutir convergências não só de tecnologias, mas também de aprendizagens. Esta é uma das considerações da professora e pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Maria Luiza Belloni, apresentada ontem, 24, durante as atividades do 1º Encontro Internacional do Sistema Universidade Aberta do Brasil, realizado em Brasília. Belloni defende a educação a distância (EaD) na formação de professores.
Segundo a pesquisadora, o Brasil passa por transformações e é necessário contribuir para a mudança social do país. "Acredito que em um futuro próximo as modalidades presenciais e a distância podem convergir e essa conjunção tem que começar pelo ensino superior, que vai formar os professores que vão levar essa nova qualidade para a escola básica", disse.
Uma pesquisa feita na UFSC mostrou que 30% dos alunos entrevistados acreditavam que a internet podia substituir a escola. "Para que isso não aconteça é necessário que o professor saiba trabalhar com as novas tecnologias e não continue de costas para o futuro", concluiu.
Promovido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o evento reuniu, no segundo dia, mais de 500 pessoas para discutir a EaD, principalmente sobre a temática dos desafios para a formação de professores.
Participantes
A coordenadora do polo de Mineiros/GO, Dominga Maria Hoffman, disse que como a intenção do governo é levar a formação a todo o país, usar a EaD na formação dos professores encurta as distâncias, leva o aprendizado para dentro da casa dos professores e melhora a qualidade do ensino. "Discutir isso aqui é muito válido", completou.
Compartilhando da mesma idéia, o coordenador adjunto da UAB da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Marcelo Ferreira, destaca que a formação de professores é extremamente importante para a expansão da universidade pública e aumenta a possibilidade de acesso de toda a população a ela.
Já o conselheiro de Educação da Embaixada da Espanha, Jesús Martins Cordero, durante sua palestra no evento, disse que se fosse ministro da educação daquele país, tornaria obrigatória que parte da formação do professor fosse a distância. "Não é que eu daria essa oportunidade, eu faria com que fosse obrigatório, mesmo na universidade convencional. Porque se não somos instruídos desta forma não conseguiremos passar essa informação para frente no futuro", comentou.
Experiências
Vindos de diversos estados brasileiros, participantes do Encontro Internacional da UAB salientaram a troca de experiências como a principal importância do evento. “É a segunda vez que participo de um encontro como este e da outra vez consegui solucionar diversos problemas em conjunto”, comentou o coordenador do curso de educação física da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Marcus Willian Hauser.
Outra vantagem do encontro, segundo ele, é a possibilidade de contato com a Capes, "pois podemos conhecer a metodologia da fundação, identificar possibilidade de criação de novos cursos, conhecer o funcionamento de polos e como melhor administrá-los. Esse contato é fundamental".
Nilton Aparecido, coordenador do polo de Jales/SP, ressalta que o primeiro encontro internacional veio um momento muito importante. "Era preciso ter essa troca, ver as experiências de fora e ter a oportunidade de integrar com os conhecimentos aplicados nos polos brasileiros."