Notícias
Professores contam mudanças promovidas pelo ProEB em sala de aula
Durante 18 anos, depois de formado, José Humberto Barbosa, professor de História, desejou continuar seus estudos. Mas, em Araguaína (TO), onde ele mora, não havia cursos de pós-graduação na sua área.
Com a chegada do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB), na unidade da Universidade Federal de Tocantins (UFT), no município localizado no norte do estado, a realidade do professor mudou. Em 2016, José Humberto concluiu sua pós-graduação e aprofundou seus conhecimentos.
“O mestrado me abriu todo um leque de conhecimentos, principalmente no que se refere à teoria. Melhorou muito minha prática, porque se entra em contato com outros temas, outras leituras”, explica o professor, que passou a utilizar textos literários, historiográficos, jornalísticos, além de documentários, em suas aulas numa escola pública de Araguaína.
O ProEB oferece formação continuada stricto sensu a professores em exercício, em parceria com as instituições de ensino superior e sistemas de educação estaduais e municipais. A CAPES concede bolsas aos estudantes e fomento aos cursos nas modalidades semipresencial, no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB). Dos sete mil alunos que fazem os cursos, 2,1 mil são bolsistas.
A coordenadora do Mestrado Profissional de História da UFT em Araguaína, Vera Lúcia Caixeta, explica que antes, para fazer a pós-graduação nesta área, era preciso viajar cerca de mil quilômetros. “O curso possibilitou que vários professores retornassem à universidade”, comemora.
Para acompanhar de perto a execução do ProEB, técnicos da CAPES têm percorrido várias cidades do país. O objetivo deste monitoramento é verificar como os professores da educação básica estão aplicando em sala de aula a dissertação que desenvolveram no mestrado profissional.
Na avaliação de professoras que fizeram o mestrado, mudanças já podem ser percebidas na rotina do trabalho. “ Usei um livro do Monteiro Lobato para dar aula sobre o período da República Velha. Os alunos puderam avaliar, identificar o autor como um sujeito”, conta Lucialine Duarte, que leciona História em Araguaína.
Já Nice Oliveira, que atua em Imperatriz, relata que está formando um cineclube na escola. “Estamos criando uma rede interdisciplinar com os alunos – não só os de História – para potencializar a riqueza que o cinema oferece para o ensino”.
A integrante da Comissão Acadêmica Nacional de História, Cristina Meneguello, da Unicamp, destaca a relevância dada aos aspectos regionais pelo mestrado profissional. “Todas as unidades têm as mesmas disciplinas, os mesmos princípios para desenvolver suas dissertações, mas estão localizadas em realidades muito diferentes, dando aos professores a chance de conviver entre si e transformar sua prática didática”.
Este ano já foram feitas seis visitas de monitoramento às diversas áreas do mestrado profissional. A última, da área de História, ocorreu na unidade de Araguaína da UFT, no dia 30 de outubro. Além de reuniões com coordenadores de cursos e estudantes do mestrado profissional, os técnicos da CAPES visitaram escolas públicas da cidade.
“Com o monitoramento foi possível identificarmos as melhorias no programa em relação à formação dos professores aqui da região na área de História”, comenta Luiz Lira, coordenação Geral de Programas e Cursos de Ensino a Distância da CAPES. “Os produtos educacionais gerados no programa estão de fato provocando a melhoria no ensino em sala de aula”, constata.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CCS/CAPES