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Professores buscam novas formas de abordar a diversidade em sala de aula
O trabalho com crianças deficientes levou Alexander Albuquerque a procurar o curso Gênero e Diversidade na Escola, ofertado pela Universidade de Brasília (UnB), no sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), a 140 professores inscritos nos polos de Ceilândia e Santa Maria, no Distrito Federal.
Albuquerque afirma que sua atuação como orientador de ensino especial na Escola Classe 34, em Ceilândia, requer uma formação que possibilite lidar cotidianamente com as dificuldades de inserção derivadas de preconceitos. "Neste curso temos uma visão geral, transversal, de vários temas. Entendo que não basta tratar de apenas uma forma de discriminação, pois presenciamos todos os tipos de atitudes negativas. Diversidade é o que mais encontramos na escola", observa.
Gênero, diversidade, relações étnicas e meio ambiente são assuntos presentes na pauta do dia em toda a sociedade, mas ainda pouco abordados em salas de aula do ensino básico. Com o objetivo de preparar professores para lidar com estes temas, a UAB, vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) iniciam no segundo semestre em todo o Brasil os cursos de Educação para a Diversidade. O curso da UnB foi o primeiro a começar suas atividades ainda em junho.
Cursos
Ministrados a distância por meio dos polos UAB, os cursos gratuitos têm carga horária de 180 a 260 horas-aula e abordam oito áreas: diversidade e cidadania, relações étnico-raciais, educação de jovens e adultos, gênero e diversidade, educação no campo, formação de tutores, educação integral integrada e educação ambiental. Professores da rede pública acompanham as discussões, que ocorrem em fóruns via internet e em encontros presenciais. Ao final dos cursos, os professores-alunos apresentam propostas de intervenção a serem implementadas em suas escolas.
Cerca de 30 mil vagas foram abertas nos municípios que se inscreveram no primeiro edital da Secad, publicado em 2008. "Existe uma grande demanda pelos cursos, de modo que podemos planejar mais algumas rodadas", explica José Zuchiswchi, um dos coordenadores da Secad.
Para Maria Lúcia Muller, coordenadora e professora do curso de Relações Raciais e Educação na Sociedade Brasileira da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a grande procura reflete um anseio pela discussão do tema. "Temos professores até de matemática. Vemos com isso que é possível abordar as questões étnicas de forma muito mais abrangente", diz. Ofertado em seis polos do Estado, o curso tem 215 inscritos, que vão trabalhar o tema em 11 módulos e três encontros presenciais ao longo de 14 semanas.
As instituições que ofertam os cursos fazem parte da Rede de Educação para a Diversidade (Rede), grupo permanente de instituições públicas de ensino superior dedicado à formação continuada de profissionais de educação.
Novos cursos para 2009
Devido à grande demanda, a UAB e a Secad vão continuar o projeto. Em fase de análise e seleção encontram-se outras 150 propostas de 41 instituições de ensino superior para implantação de 14 novos cursos em todas as regiões do país. Em agosto, um seminário nacional vai apresentar os cursos novos, que iniciam suas atividades ainda em 2009.
Informações sobre a UAB podem ser obtidas no site.
Confira o que já foi publicado sobre o assunto:
UAB oferece cursos de formação continuada a professores da educação básica