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FORMAÇÃO DE PROFESSORES
ProFei: transformando a educação inclusiva
Um mestrado profissional para qualificar professores no âmbito das políticas públicas de inclusão escolar e de uso das tecnologias digitais de informação e comunicação. Esta foi a proposta para a criação do Programa de Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede Nacional (Profei). Oferecido em formato híbrido, semipresencial, o Programa tem como objetivo preparar os profissionais da Educação para tornar o ambiente e o atendimento escolar efetivamente inclusivos, a partir da aplicação de metodologias inovadoras, para pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, bem como para populações indígena, quilombola e do campo, além dos diferentes gêneros.
Renan Rodrigues de Souza, trabalha desde 2013 na rede pública escolar de São Paulo (SP). Para ele, o Profei abriu possibilidades que nunca havia imaginado. Com paralisia cerebral, o professor destaca como experiência principal o contato com a pesquisa acadêmica: “Melhorou minha prática dentro e fora da sala de aula”. No seu caso, os alunos olham e veem que é possível. “Quando o aluno se sente respeitado, ele aceita um professor deficiente”, afirma.
O agora mestre se identifica com as diferentes áreas do Programa, sobretudo no princípio da educação para todos. “O partilhamento e compartilhamento do conhecimento com todos, a troca, o conseguir relacionar, a pesquisa com a prática profissional, tudo isso, apoiado pela teoria, modifica a forma de ver o trabalho na escola, para melhor”, conclui.
O Profei tem, atualmente, 23 instituições participantes, e 150 mestres titulados desde 2020, ano em que começou a ser oferecido. O programa qualifica professores no âmbito das políticas públicas de inclusão escolar e de uso das tecnologias digitais de informação e comunicação.
Há 20 anos lecionando em salas de recursos e em trabalho colaborativo, José Roberto Barboza, foi aluno da escola pública e tem especialização em deficiência visual. Professor na cidade de Dois Córregos, no interior de São Paulo, acompanha e planeja estratégias de inclusão de alunos em sala de aula. Sua identificação com o Programa veio a partir da convivência com um tio que teve poliomielite: “para mim fez todo o sentido fazer o Profei”.
Em suas palavras, participar do Profei “mudou tudo”. As melhorias vieram não apenas na formação, mas também na valorização salarial. “O Programa abre espaço para a pesquisa e a pesquisa abre espaço para o universo”, diz o professor. Barboza explica que ali se forma uma rede que não para mais de crescer. “O Profei promove a inclusão em todos os níveis: pedagógico, profissional, social, cultural. Ele leva a educação onde mais se precisa, no chão da escola”, revela.
Gerido pela CAPES e desenvolvido dentro do Programa de Mestrado Profissional para Professores da Educação Básica (ProEB), o Profei tem uma importante vertente de interiorização e inclusão, aspectos fundamentais para que haja real democratização da Educação com o ensino de qualidade. Deste modo, sua organização é voltada ao objetivo de tornar a escola básica em um espaço de acolhimento e valorização das diferenças culturais, sociais, físicas, religiosas, raciais, bem como local de práticas diferenciadas de aprendizagem, respeitando a necessidade de cada aluno e oferecendo aos educadores a possibilidade de transformação do ensino.
A mestra, agora doutoranda na área de Educação Inclusiva pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Adriana Pereira, destaca que o Programa proporciona a vivência da escrita científica, o que a tornou mais segura para levar à Academia suas experiências com os alunos. “Entrei em vários projetos e minha dissertação virou um livro que está concorrendo ao Prêmio Jabuti Acadêmico”, conta. “O Profei foi um ponto de partida para muitas outras possibilidades. Percebi o quanto a Universidade pode fazer a diferença na vida das pessoas”, garante.
Para o coordenador nacional do Programa na Universidade Estadual Paulista (Unesp), Klaus Schlünzen Júnior, os objetivos do Profei vão ao encontro de um dos desafios globais da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a Educação de Qualidade (Meta 4), que recomenda o acesso à educação inclusiva, de qualidade, a todos. “A inclusão hoje é, em seu princípio fundamental, a valorização das diferenças. Quando nos aproximamos deste princípio, ficamos muito perto da excelência na Educação. Falamos de uma escola para todos e todas, na qual temos que garantir acesso, permanência e participação”, explica.
Inscrições abertas
Os interessados em ter uma das 570 vagas do Programa de Mestrado Profissional em Educação Inclusiva em Rede Nacional (Profei) devem se inscrever até o dia 7 de novembro. As aulas terão início em 2025. O número de vagas é 90% maior do que no edital de 2024. O curso tem a parceria da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação.
Inscrições: https://seletivo.profei.com.br/
Informações sobre o processo seletivo: https://www.fct.unesp.br/#!/pos-graduacao/educacao-inclusiva/processo-seletivo6680/processo-seletivo-2025/
Link para o edital: https://www.fct.unesp.br/Home/Pos_Graduacao/-educacaoinclusiva/edital_processo_seletivo_profei_2025_final.pdf
Sobre o ProEB
O Programa de Mestrado para Qualificação de Professores da Rede Pública de Educação Básica (ProEB) proporciona a formação continuada stricto sensu, em nível de mestrado e doutorado profissional, aos professores em exercício na rede pública de educação básica, com aulas semipresenciais. O Programa, criado em 2011, apoia as instituições associadas responsáveis pela implantação e execução de cursos com áreas de concentração e temáticas vinculadas diretamente à melhoria da Educação Básica, em todo território nacional. Ao todo, são 13 cursos em funcionamento: 12 de mestrado e um de doutorado.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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