Notícias
Presidente da Capes recebe título de Professor Emérito na UFRGS
O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, recebeu nesta terça-feira, 18, o título de Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pelos 55 anos de carreira acadêmica.
Trajetória
Com carreira consolidada em instituições federais do Rio de Janeiro, Guimarães transferiu-se para a UFRGS em 1997 a convite do Centro de Biotecnologia e do Instituto de Biociências. No ano seguinte, concebeu e fundou o Programa de Pós-Graduação em Biologia Molecular e Celular (PPGBMC).
Jorge Guimarães foi aposentado compulsoriamente há quatro anos, mesmo assim seguiu atuando como professor colaborador do CBiot e professor orientador do PPG. Essa contínua preocupação com o desenvolvimento de suas pesquisas, conciliada com suas responsabilidades junto à Capes, foi lembrada pelo reitor Carlos Alexandre Netto ao cumprimentar o homenageado. "Muitas vezes é visto em voos de Brasília a Porto Alegre comentando sobre seus experimentos, sobre a revisão de protocolos de investigação. O professor Guimarães é muito competente como pesquisador e gestor da ciência", comentou Netto.
O diretor do Centro de Biotecnologia, Arthur Germano Fett Neto, também comentou sobre a dupla capacidade de Guimarães. "Ele é envolvido, participativo, não se esquiva de participar das discussões no âmbito do Centro. A despeito do trabalho que tem na Capes e seus inúmeros compromissos, viagens, sempre mantém contato com alunos, gerenciando muito bem a administração do órgão importantíssimo e como pesquisador", disse Fett.
Na Sala dos Conselhos, onde recebeu a distinção, o professor foi acompanhado pelo diretor do Instituto de Biociências, João Ito Bergonci. O chefe do Departamento de Biologia Molecular e Biotecnologia, Giancarlo Pasquali, leu a justificativa para concessão do título (
leia o discurso
). Pasquali contou a trajetória do homenageado, destacando seu trabalho científico. O orador também ressaltou a atuação de Guimarães como incentivador de iniciação científica, formação pela qual também passou, até 1963, ainda na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, com o professor Fernando Ubatuta, a quem considera seu "pai acadêmico". Na UFRGS, Guimarães, na visão de Pasquali, fez importantes contribuições, que podem ser sintetizadas em três: a concepção e fundação do PPGBMC (hoje com mais de 262 mestres formados e 144 doutores); a recuperação do CBiot após um incêndio em 2003; e a criação da incubadora tecnológica do Centro.
Antes de vir a Porto Alegre, Guimarães já tinha consolidado sua carreira como pesquisador e docente. Ele iniciou como professor assistente na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1964-1970), foi professor adjunto na Universidade Federal de São Paulo (1970-1980), professor titular da Universidade Federal Fluminense (1980-1982), professor adjunto (1982-1990) e titular (1991-1997) na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ao receber o título de Professor Emérito, o homenageado agradeceu à UFRGS e, com destaque, a seus colegas do Centro de Biotecnologia, a oportunidade e a confiança que lhe dispensaram por ocasião de sua mudança, juntamente com esposa e filho, para Porto Alegre. Para ele foi uma chance de reencontrar amigos e fazer outros. "Em boa hora resolvemos vir a Porto Alegre. Na UFRGS, revi amigos e criei outros. Agradeço a acolhida e a oportunidade de poder trabalhar com excelentes alunos", disse.
Em pesquisa, o homenageado tem como área principal de trabalho a Bioquímica, com ênfase em Química de Proteínas e Enzimologia, particularmente nos temas de hemostasia e trombose, relacionados à coibição da hemorragia.
Na gestão da política científica, em especial após assumir a presidência da Capes em 2004, duas ações principais de Jorge Almeida Guimarães foram destacadas: a garantia de manutenção e aprimoramento do Portal de Periódicos e tarefa de avaliar e comprometer-se com a formação de profissionais do ensino básico.
Em seu discurso, Guimarães colocou na educação a possibilidade de mudança da realidade do país. Para ele, a universidade cumpre um papel essencial nesse processo, principalmente, na formação dos professores que atuam nas escolas.
(Com informações da UFRGS)