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Presidente da Capes participa de debate sobre trabalho e inovação na SNCTI
Organizado pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) o debate sobre Trabalho e Inovação reuniu, nesta quinta-feira, 18, o secretário executivo do Ministério do Trabalho, Marcelo Aguiar dos Santos Sá; o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães; Bastiasn Reydon, da Inova Unicamp; entre outros. O debate foi realizado dentro da programação da 9ª Semana Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que, em Brasília, acontece no Pavilhão de Exposição do Parque da Cidade.
Jorge Guimarães ressaltou que o tema é muito intrigante porque todos sabem que o Brasil avança na ciência, mas não em patentes. "Isso por conta de componentes históricos e culturais", afirma. O presidente defende a necessidade de avanços na educação, principalmente na educação básica, "que é quando começamos a fazer inovação. A inovação, da mais simples à mais elaborada, começa na pré-escola. Estamos trabalhando para resolver essas questões, mas ainda estamos longe de ter o padrão necessário neste nível escolar", diz.
Guimarães ressalta que, até recentemente, a Unicamp tinha mais patentes que a Petrobras. "Isso não deveria ser assim, falta cultura de inovação. O Brasil é o 12º em produção de conhecimentos novos, mas não estamos no mesmo nível nas patentes." Ele defende que a Lei de Patentes seja reformulada e ressalta que o segmento que possui mais possibilidade de produzir patentes no Brasil é a biodiversidade/biotecnologia, mas existem várias barreiras, o que estimula a biopirataria. "Há componentes outros que emperram o avanço nesta questão que não são só históricos e nem culturais", afirma.
Formação professores
Jorge Guimarães falou ainda sobre os programas em plena atividade pela Capes voltados não só aos atuais professores, mas nos futuros docentes. "Sem valorizarmos a profissão, nossos jovens não vão querer seguir esta carreira", afirmou. Entre os programas da Capes voltados aos professores da educação básica, destacam-se o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (
Parfor
), para os que já estão em atividade; e o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (
Pibid
), voltado aos estudantes de licenciaturas.
O presidente falou ainda sobre a deficiência de quadros qualificados nos diversos ministérios. "Temos acordos com mais de 20 órgãos do governo Federal. Isso demonstra que a falta de recursos humanos qualificados não é só na área tecnológica, mas na de serviços também. Por este motivo a Capes tem estimulado a criação de mais mestrados profissionais."
Outras iniciativas do Ministério da Educação com foco no seguimento do trabalho foram citadas como o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), que envolve todo o Sistema S e a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. "Além disso, já temos 20 mil alunos, até o final de 2012, estudando nas melhores universidades do mundo pelo programa Ciência sem Fronteiras , além de terem oportunidade de fazer estágios em grandes empresas internacionais", concluiu.
Inova Unicamp
O representante da Inova Unicamp, Agência de Inovação da Universidade Estadual de Campinas, Bastiaan Reydon, disse que o Brasil tem várias áreas importantes, mas tem passivos extraordinários, como a questão de terras. "Não sabemos, por exemplo, que terras são públicas, quais são particulares."
Com relação às patentes, Reydon informou que a Unicamp tem mais patentes do que muitas empresas por um conjunto de fatores. "A Unicamp tem uma tradição em atuar com uma combinação entre o público e o privado. A agência Inova está ligada à reitoria, desta forma tudo que está sendo feito na universidade é canalizado para fora. A base está no grupo de pesquisadores da universidade", explica.
Segundo Bastiaan Reuydon, o Brasil ainda está longe de certas comparações, mas é importante citar exemplos internacionais, como do MIT (Massachusetts Institute of Technology), que, entre tantos benefícios, registra 3,3 milhões de pessoas trabalhando em empresas fundadas dentro do instituto. "Temos que nos espelhar em exemplos como este. No caso brasileiro temos possibilidades imensas, mas muitas estão nas prateleiras", ressaltou.