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Premiações mostram a importância dos morcegos no mundo
“Os morcegos são os únicos mamíferos voadores e desempenham papéis ecossistêmicos essenciais para o equilíbrio do meio ambiente”. A afirmação é de Priscila Alves, bióloga e doutoranda em Ecologia e Evolução, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela explicou que, entre as ações desempenhadas pelos quirópteros, estão a dispersão de sementes, a polinização de plantas que auxiliam no reflorestamento e o controle de insetos, incluindo pragas agrícolas.
A pesquisadora foi bolsista da CAPES durante seu mestrado e reforçou que “sem a bolsa não conseguiria, hoje, ser cientista e seguir a minha carreira fazendo doutorado”. Ela considera importante a divulgação científica e a educação ambiental para sensibilizar a sociedade quanto a conservação do meio ambiente.
Durante seu doutorado, elaborou a tese ‘A poluição invisível da matriz antropogênica: bioacumulação de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) em morcegos’. A iniciativa surgiu por causa do serviço que os morcegos prestam, alimentando-se de pragas agrícolas, e que pode deixá-los com altos níveis de contaminação. A pesquisa pretende usar os morcegos como modelos de verificação de qualidade ambiental por diversos parâmetros ligados à saúde e conservação desses animais.
O Brasil possui mais de 180 espécies de morcegos conhecidas e um papel de destaque no cenário de produção e uso de pesticidas. Apesar da grande diversidade de morcegos brasileiros, a avaliação dessa contaminação crônica é inédita. A autenticidade do projeto levou a dois prêmios nacionais – do Programa de Pequenas Bolsas, cedido pela Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ) – e um internacional, oferecido pela Bat Conservation International . Neste último Priscila foi a única brasileira premiada em 2021.
Morcegos na Praça
Priscila Alves faz parte do Laboratório de Ecologia de Mamíferos (Lema-UERJ) e integra o projeto de extensão da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) chamado de ‘Morcegos na Praça’. Criado em 2013, o trabalho teve origem na pesquisa de doutorado de Elizabete Lourenço, também ex-bolsista da CAPES. A iniciativa quer desmistificar os morcegos, além de entender a percepção da população sobre esses animais, “justamente para podermos trabalhar a conservação dos quirópteros e esclarecer questões de saúde pública”, explica Lourenço.
O projeto tem várias linhas de trabalho, que abrangem diferentes públicos e acontecem em “eventos em escolas, instituições de ensino superior e, o mais característico, que dá o diferencial do projeto, as atividades na rua, geralmente nas praças”, conta Elizabete. Os encontros públicos já aconteceram nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. “Nesses locais o público é bem variado, mas é também onde mais aprendemos”, comemora a pesquisadora.
Elizabete Lourenço recebeu bolsas durante o mestrado e o pós-doutorado e considera esses benefícios “essenciais para o desenvolvimento da ciência, já que grande parte dos que realizam pesquisas, publicam e fazem a ciência brasileira são estudantes de pós-graduação”.
Legenda das imagens:
Banner: Imagem ilustrativa (iStock.com/cristinistor)
Imagem 1:
No Brasil, existem mais de 180 espécies de morcegos conhecidas
(Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 2:
Priscila Alves é autora de projeto sobre morcego, inédito no Brasil
(Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 3: Elizabete Lourenço criou o projeto Morcegos na Praça, durante seu doutorado, em 2013 (Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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