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Pós-Graduação é um dos desafios da América Latina
A pós-graduação na América Latina é um dos desafios da região. Foi o que destacou a dirigente do Departamento de Estudos da Ciência do Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (Ivic, Caracas), Hebe Vessuri, no primeiro dia do Seminário da RBPG: A Capes e os Novos Paradigmas da Comunicação Científica , realizado ontem, 26, em Brasília. A venezuelana é membro do comitê científico da Revista Brasileira de Pós-Graduação.
Em debate realizado após a palestra de Vassuri, com o tema El Futuro nos Alcanza: Mutaciones Previsibles de La Ciencia Y La Tecnologia , Amado Cervo, que também é membro do comitê científico da revista, chamou atenção para as relações entre ciência e desenvolvimento, ciência e ética e ciência e tecnologias da informação. Também destacou os desafios regionais apresentados por Hebe. “A palestra mostra preocupação com a America Latina. Quais seriam esses desafios regionais? Estamos avançados em certos setores de conhecimento, mas não estamos preparados para uma revolução científica. Quem está é quem domina a ciência no ultimo estagio da evolução, que não é a America Latina”, disse.
Antes de finalizar, ressaltou que há desafios muito grandes como a pós-graduação na America Latina. “De que adianta ter universidades e não ter uma pós-graduação organizada? É preciso também investir nas agências de fomento – para dar suporte à pesquisa nas universidades, ao acúmulo de conhecimento – e no controle de qualidade em todos os níveis, em todos os aspectos.”
Periódicos
Ferramenta de sucesso que completa dez anos, o Portal de Periódicos da Capes surgiu de uma necessidade de solucionar o problema do mantimento de um programa de acesso a periódicos escritos mantido pela Capes para as instituições de ensino superior públicas. “As crises orçamentárias não deixaram outras alternativas a não ser explorar alternativas que se apresentavam no mercado, uma delas a incipiente possibilidade de acesso online a textos, à informação cientifica”, relata Abílio Baeta Neves, ex-presidente da fundação (1996-2000) e atual membro do Comitê Científico da RBPG.
Com mais de 22 mil revistas, 110 bases de dados, 150 mil livros sobre ciências do século 18, cem mil teses, entre outros materiais, o Portal, implantado no ano de 2000, tem uma das maiores capilaridades e é um dos maiores acervos do mundo, disse Jorge Almeida Guimarães.
Segundo Abílio, hoje é muito difícil pensar na implantação de programas sem que se leve em conta a disponibilidade de informações, a precisão de dados que se obteve a partir da manipulação das bases e da informação cientifica que o Portal permite à Capes. “Ele também permitiu o aumento da capacidade de atuação proativa do Brasil e das suas agências no cenário internacional, a tal ponto que hoje o Brasil é um fornecedor de informações e é um ator que discute com as bases de dados a própria construção e natureza dessas bases e a qualidade da sua informação”, revela Baeta.
Resistências
Alvo de oposições quando da implantação, Abílio Baeta Neves leva o Portal como um exemplo a ser lembrado quando for necessário enfrentar temas que são gargalos da transformação pelo qual é preciso passar no sistema de pesquisa e pós-graduação. “Passamos com o Portal o mesmo tipo de resistência que se reproduz em várias outras situações e circunstâncias nas quais poderíamos estar avançando com muito mais rapidez em mudanças fundamentais para o desenvolvimento das nossas universidades, da nossa pós-graduação e do nosso desenvolvimento científico”, finalizou.
Também participou da mesa-redonda sobre o Portal de Periódicos o pró-reitor adjunto de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), Arlindo Philippi Jr.