Notícias
Pós-graduação deve contribuir para desenvolvimento social
Em webinar, presidente da CAPES falou sobre novos modelos de avaliação de programas e de distribuição de bolsas, bem como aproximação de setores não acadêmicos
A pós-graduação brasileira tem como grande desafio para os próximos anos formar pessoas que contribuam para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. É o que destacou Benedito Aguiar, presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em webinar promovido nesta quarta-feira, 5, pela Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), de Minas Gerais, com participação do público de todas as partes do país.
“Creio que precisamos ter um olhar voltado para as demandas reais da sociedade, os problemas nacionais, para formar pessoas para além da academia. Para o setor industrial, de serviços, de cultura, para todos os setores do país. Formar pessoas que tenham a concepção de que podem ser empreendedores onde quer que estejam”, disse Aguiar.
O presidente da CAPES também enfatizou a relevância da implementação do modelo de distribuição de bolsas . Com olhar para a excelência, o foco é nos cursos bem avaliados. “A CAPES não tinha um sistema de alocação de bolsas”, ressaltou enquanto explicava que houve acréscimo de cerca de 4 mil bolsas com os novos critérios. “Há bolsas que têm sido chamadas de empréstimos, mas retornarão, ficarão no sistema”, detalhou.
Para Benedito Aguiar, é preciso que o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) cresça “com qualidade e observando as características regionais”. Como exemplo, citou dois programas lançados recentemente que contribuirão para a redução de assimetrias no país: o Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) da Amazônia Legal e o PDPG Parcerias Estratégicas nos Estados . O primeiro porá 727 bolsas em uma área que engloba estados do Norte, Maranhão e Mato Grosso, e o segundo, 1.800 bolsas para cursos emergentes e prioritários para as unidades da Federação.
Outro programa citado pelo titular da CAPES foi o de Combate a Epidemias . Com 2.600 bolsas e um investimento de até R$ 200 milhões durante quatro anos, é voltado à pesquisa que impeça a disseminação do vírus corona, que, entre outros fatores, afetou o funcionamento das instituições de ensino do país, levando à suspensão de atividades presenciais. Neste ponto, Benedito Aguiar citou a Universidade Aberta do Brasil ( UAB ), que tem mantido seu funcionamento com 116 mil alunos, como um exemplo de como o ensino a distância pode contribuir para a educação brasileira.
Em relação à inovação, Benedito salientou ser fundamental para o País criar novas oportunidades de emprego e trabalho, assumindo uma posição mais competitiva: “Estamos em 14º lugar no mundo de produção científica, mas em 64º lugar de inovação tecnológica. Precisamos avançar muito. E não vamos fazer isso sem que haja um processo de integração da academia com setores organizados da sociedade”.
Na conferência, o presidente também falou sobre o novo modelo de avaliação, em fase de elaboração e que adotará critérios multidimensionais. “O sistema de avaliação precisa ser aperfeiçoado, com olhares múltiplos que expressem diferentes vocações e percebam suas respectivas identidades”, disse. Segundo Benedito, o modelo é indutor de mudanças e vai incentivar o SNPG a assumir um protagonismo no desenvolvimento social e tecnológico.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura CCS/CAPES