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DIA NACIONAL DOS SURDOS
Políticas públicas fortalecem referências para a comunidade surda
Os avanços no terreno da representatividade têm mudado a realidade das pessoas surdas no ambiente acadêmico do Brasil. Ao ocuparem espaços de decisão, surdas e surdos passam a pautar discussões mais profundas sobre o tema. Elas falam por parte expressiva da população brasileira, uma vez que a comunidade surda soma, atualmente, 10 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste dia 26 de setembro, data em que se comemora o Dia Nacional dos Surdos, pessoas surdas reforçam que a melhor homenagem seria que a sociedade assimilasse definitivamente a cultura da inclusão, em benefício de todos.
Essa é a luta de duas mulheres surdas, coordenadoras-gerais da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Eliane Ochiuto, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e Carolina Pêgo, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em suas trajetórias acadêmicas, ambas vivenciaram falta de referências surdas e limitações de comunicação. Agora, buscam mudar o ambiente em que estão inseridas, tornando-se novas referências para as próximas gerações.
Eliane Ochiuto entende a relevância da sua participação em espaços públicos. Ela, que se tornou surda aos 6 anos, lembra da dificuldade para entender e ser entendida por colegas e professores. “Usava estratégicas como sentar na frente, pedir para o professor falar mais compassado, e não tirava os olhos dos professores para conseguir entender”. Agora, como coordenadora UAB, ela trabalha para que a inclusão de profissionais intérpretes torne-se política pública para o ambiente acadêmico e a formação de professores.
Carolina Pêgo tem a mesma missão. Ela explica que a limitação da comunicação atinge surdos e não surdos, já que uns não conseguem entender o que os outros pensam. Para ela, “precisamos nos conhecer e trocar nossas culturas, pois estamos dentro do mesmo País”. Enquanto coordenadora UAB, Carolina avalia que a universidade deve acompanhar as mudanças de perspectivas. Ela lembra que a graduação-sanduíche, oferecida pela CAPES com a UFSC e a Universidade de Gallaudet, nos Estados Unidos (a primeira universidade para surdos do mundo), mudou sua construção acadêmica e de vida.
A inclusão de pessoas surdas na formação de professores é uma “questão de educação e oportunidades”, finaliza Ochiuto. Com isso, alicerces da educação inclusiva são fortalecidos, e futuros educadores são mais capacitados e preparados para atender às necessidades de todos os alunos, que podem prosperar e contribuir plenamente com o tecido social e com o desenvolvimento do País.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1: Carolina Pêgo e Eliane Ochiuto, coordenadoras-gerais da Universidade Aberta do Brasil (UAB) (Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
Imagem 2: Participantes do Fórum Nacional de Coordenadores UAB das Instituições Públicas de Ensino Superior (Foto: Naiara Demarco - CGCOM/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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