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PNPG 2011-2020 é tema de plenária no último dia da 4ª ReCoPI
O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020 foi tema de plenária realizada no último dia da 4ª Reunião Nacional de Coordenadores de Programas de Pós-Graduação Interdisciplinares (ReCoPI). A apresentação foi feita, no dia 1º de dezembro, pelo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães.
O presidente explicou que o novo documento está na fase de considerações finais e será lançado em dois volumes. O plano aborda as metas que foram atingidas e as que não foram do PNPG anterior, além de ter eixos apoiadores - uns que permanecem desde o início dos anos 80 e outros mais recentes, como a parte dedicada à área multi e interdisciplinar. O documento também propõe a criação de uma agenda nacional de pesquisa. "O plano não é da Capes, mas de todos que colaboraram e encaminharam sugestões.".
Produção científica
O novo PNPG aborda como se desenvolveu a pesquisa brasileira e a expectativa de que na próxima década, quando o plano estará em vigor, o país esteja entre os dez maiores produtores de ciência no mundo. "Estamos crescendo cinco vezes mais que outros países. Vamos aproximar a produção científica ao PIB. O México, por exemplo, tem PIB alto, mas não está bem na ciência", explica. Jorge Guimarães reforça o fato de este desempenho ser possível se não houver interrupção dos investimentos, que têm sido crescentes nos últimos anos.
Sobre a avaliação, o presidente ressaltou que a Capes vem aperfeiçoando constantemente as regras. "Com o aumento do sistema, a cobrança tem que ser maior." Quanto ao eixo que trata da atração para o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), o presidente disse que um exemplo do que já está sendo feito pela Capes é o fato de 120 instituições que não estão no SNPG, que é coordenado pela Capes, estarem com acesso ao Portal de Periódicos. "Essas instituições foram identificadas como tendo potencial a entrar no Sistema. Essa é uma das formas de incentivo." Esse eixo é importante, já que a maioria das instituições de ensino superior no Brasil não faz parte do SNPG.
Excelência e assimetrias regionais
A necessidade de ampliar os centros de excelência também está prevista no novo PNPG. "Temos poucos institutos comparado a outros países", disse. Manter o crescimento padronizado das universidades brasileiras é outro eixo do plano. "A qualidade das instituições deve ser a mesma em todas as regiões. O mais relevante é que o novo documento trata também da redução das disparidades mesorregionais. São muitas e deve ser uma preocupação constante", afirma Jorge Guimarães, exemplificando que nem toda a região Sudeste, por exemplo, tem uma pós-graduação de qualidade.
Ainda sobre as assimetrias, o presidente da Capes lembra que só há curso de qualidade se houver profissionais capacitados. "Aí entra o papel da Capes, que em todas as suas ações visa a formação qualificada de profissionais em todas as áreas." O PNPG tem ainda uma parte dedicada aos programas nacionais nas áreas de transporte, energia, infra-estrutura, saúde, defesa, justiça, desequilíbrios regionais, entre outros. "Todas essas áreas dependem do quadro de formação de recursos humanos."
Internacionalização e Educação Básica
Outros assuntos tratados no plano são a internacionalização e a cooperação internacional. A educação básica também está entre os eixos. "A educação básica deve estar cada vez mais vinculada à pós-graduação. Usamos alguns modelos de sucesso do exterior, mas também temos que usar a criatividade. A interlocução entre União, estado e município às vezes é dificultada, mas devemos passar por cima das dificuldades, pois só assim vamos superar o que considero ser o maior desafio brasileiro", afirmou o presidente da Capes.
Interdisciplinaridade
Tornar a universidade brasileira mais competitiva é outro desafio para os próximos anos. "Precisamos mudar os modelos de carreira, agregando a interdisciplinaridade. Isso implica em universidade mais competitiva." Jorge Guimarães disse que o "apadrinhamento" de propostas de novos cursos também está prevista no PNPG. A idéia é que cursos com notas 6 e 7 possam auxiliar programas que estão começando.
Mestrado Profissional
A mesa-redonda com tema Mestrado Profissional: Impactos, desafios e perspectivas teve como objetivo refletir sobre as perspectivas do mestrado profissional e propor ações para subsidiar políticas de desenvolvimento de cursos de mestrado profissionais interdisciplinares. O diretor de Avaliação da Capes explicou o processo de apoio da Capes à criação de novos cursos nesta categoria, abordou as questões tratadas na Portaria Normativa nº 17 e explicou o processo de avaliação dos cursos de mestrado profissional.
Já Cláudia Morgado, do Fórum Nacional de Mestrados Profissionais (FNMP), disse que o fórum já realizou cinco encontros, semelhantes aos encontros da ReCoPI. "O fórum tem funcionado como um braço do fórum de pró-reitores. Graças a isso houve uma reação das próprias instituições em criar propostas de mestrados profissionais. Os nossos encontros têm funcionado como uma incubadora de novos cursos." Segundo Morgado, no quinto encontro, realizado este ano, 157 coordenadores participaram. "O fórum tem funcionado como intercâmbio político/acadêmico."
Encerramento
A 4ª ReCoPI encerrou no fim da tarde do dia 1º, após três dias de muito trabalho, com reuniões das quatro Câmaras Temáticas da área interdisciplinar (meio ambiente e agrárias; sociais e humanidades; engenharia/tecnologia/gestão; e saúde e biológicas). Participaram das atividades aproximadamente 400 pessoas de todo o Brasil.
Acesse pelos links abaixo as outras três edições do Boletim eletrônico da 4ª ReCoPI:
Boletim 4ª ReCoPI nº1
Boletim 4ª ReCoPI nº2
Boletim 4ª ReCoPI nº3
Boletim 4ª ReCoPI nº4