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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
Plataforma Sucupira homenageia autor da regulamentação da pós-graduação
A Plataforma Sucupira é o meio pelo qual a CAPES coleta e organiza as informações necessárias para o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Os programas de pós-graduação (PPG) preenchem a Plataforma anualmente com os dados sobre os quais a Fundação trabalha. A ferramenta possibilita a gestão deste nível da educação brasileira e, com seu nome, o Brasil presta uma homenagem ao educador Newton Lins Sucupira (1920-2007), responsável pelo Parecer nº 977/1965, um marco na educação superior, que estruturou a pós-graduação no País e é conhecido como “Parecer Sucupira”.
Neste ano, a plataforma completou uma década de funcionamento. O sistema foi ao ar em 27 de março de 2014, fruto de parceria entre a CAPES e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) firmada em maio de 2012. Na parte de acesso restrito, os coordenadores de todos os PPGs conseguem informar os dados relevantes, incluindo os destaques de suas produções intelectuais. Já no acesso público, qualquer pessoa pode visualizar um panorama dos programas de mestrado e doutorado.
“A homenagem da CAPES ao criar a Plataforma Sucupira é extremamente justa, principalmente porque essa era a ideia que Newton Sucupira tinha: a da organização de dados e elementos relacionados à pós-graduação”, afirma Maria Judith Sucupira da Costa Lins, a primeira dos nove filhos do educador. A pós-graduação do Brasil, pontua, “reflete precisamente” o documento que regulamentou o funcionamento de cursos de mestrado e doutorado, além de definir os conceitos de stricto sensu (mestrados e doutorados) e lato sensu (especializações). A educadora ressalta que o texto é “livre de indicações restritivas sobre como devem acontecer os cursos de pós-graduação”.
Nascido em 9 de maio de 1920, em Porto Calvo (AL), Newton Sucupira teve uma atuação destacada na educação brasileira. Obteve grau de Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Recife (1942) e em Filosofia pela Universidade Católica de Pernambuco (1947). Foi indicado por Anísio Teixeira para compor o então Conselho Federal de Educação (CFE) em 1961. Presidiu o grupo de trabalho que elaborou a Reforma Universitária de 1968. Nos anos 1970, foi diretor de Assuntos Universitários do Ministério da Educação (MEC), cargo equivalente ao atual de secretário de Educação Superior. Presidiu o Bureau Internacional de Educação da Unesco no biênio 1974-1975.
A atuação que mais perdurou, no entanto, foi a de professor. Lecionou até 2001, quando já superava a casa dos 80 anos. Vale ressaltar que sua aposentadoria se deu em 1990, quando tornou-se professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nos 11 anos seguintes, deu aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV) e na Universidade Gama Filho. Em 2006, recebeu da CAPES o Prêmio Anísio Teixeira pelos feitos que o consagraram como o patrono da regulamentação da pós-graduação brasileira. Faleceu no dia 26 de agosto de 2007, no Rio de Janeiro.
Inspiração para a família
Além dos legados institucionais, Sucupira passou a verve acadêmica para parte da família. Maria Judith aponta que “a Pedagogia como opção universitária teve, sem dúvida, influência de meu pai, que era professor nessa área e sempre me apontou autores que eu deveria ler, desde Platão aos modernos”. A primogênita de Newton Sucupira é graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia do Recife, mestra em Educação pela Pontifícia Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde é professora titular.
Maria Inês Sucupira Maciel, a sexta dos nove filhos, é graduada em Química pela Universidade de Brasília (UnB), tem especialização em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é mestra em Ciência dos Alimentos pela Drexel University, nos Estados Unidos, e doutora em Ciências Biológicas pela UFPE, etapa cumprida com bolsa da CAPES. É professora titular da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), onde criou o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia dos Alimentos. “Minha área é de o desenvolvimento de produtos com funcionalidade para a saúde, com nutrientes que garantam uma boa alimentação e aproveitem os resíduos. A atividade consiste em tirar compostos bioativos de resíduos de frutas, da casca, do caroço”, explica.
A sétima da prole de Sucupira, Regina Lucia Sucupira Pedroza, é graduada, mestra e doutora em Psicologia pela UnB, curso no qual leciona. “Sempre me interessei, desde a graduação, pela relação da Psicologia com a Educação. Minha área é a Psicologia Escolar, voltada para as licenciaturas, para a formação de professores”, diz a pesquisadora, que aponta influência do pai e das irmãs nessa trajetória. E, assim como Newton Sucupira, gosta de pensar na Educação e nas necessidades de mudança na área: “A formação do professor, tanto da educação básica quanto da superior, é muito tecnicista, muito focada na busca das causas do que o aluno tem que aprender”.
Sucupira teve outras três filhas: Ana Cecília Sucupira, doutora em Medicina e atuante no Hospital das Clínicas de São Paulo; Maria do Carmo Sucupira Duarte, graduada em Música e pianista; e Marcia Cristina Sucupira Gomes, médica pediatra. Também teve três filhos: João Antônio Silveira Lins Sucupira, mestre em Economia e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); Newton Lins Buarque Sucupira Filho, economista; e Renato José Silveira Lins Sucupira, engenheiro.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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