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COVID-19
Pesquisadores criam novos métodos para monitorar álcool-gel
Para garantir a qualidade e inibir a proliferação de marcas de álcool-gel sem eficácia, cientistas do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (INCTAA) da Universidade de Campinas (UNICAMP), desenvolveram dois novos métodos para auxiliar instituições oficiais e indústrias no monitoramento do produto no mercado brasileiro. As duas pesquisas, desenvolvidas com a participação de bolsistas financiados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) estão descritos nas Revistas Científicas Microchemical Journal (Public Health Emergency COVID-19 Initiative e no Journal of the Brazilian Chemical Society.
Os pesquisadores atuam nas Universidades Federais de Pernambuco (UFPE) e de Viçosa (UFV) e na Estadual de Campinas (Unicamp). Em parceria com o Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Pernambuco, criaram os métodos a partir das espectroscopias no infravermelho (IR) e no infravermelho próximo (NIR). “O método IR requer equipamento de mais alto custo e acessórios especiais”, explica Celio Pasquini, coordenador do INCTAA. “Já os métodos NIR podem ser implementados com instrumentos portáteis e de baixo custo”, afirma.
O objetivo dos dois novos métodos, observa Celio Pasquini, é oferecer uma ferramenta ágil e de baixo custo para monitorar a qualidade do álcool-gel, cujo teor de etanol deve ser mantido entre 62% e 71%. “Chegamos a verificar amostras de produtos com apenas 20% de etanol dentro das embalagens. Além disso, em um estudo feito por nós com 39 marcas para avaliar os métodos desenvolvidos, sete não possuíam o teor mínimo exigido”. A análise feita pelo equipamento NIR consegue resposta sobre a qualidade do produto em cerca de 2 minutos. O custo do equipamento, hoje no mercado, está em torno de mil dólares. As duas tecnologias criadas pelo INCTAA estão prontas para serem replicadas em todo o país pelos órgãos oficiais de fiscalização, e podem contribuir para reduzir fraudes na produção de antissépticos constituídos por álcool-gel. Para fazer frente à demanda, “a Anvisa, assim como as agências de outros países, flexibilizou as normas para a produção dos antissépticos. Com isso, infelizmente, a ocorrência de fraudes e a produção dos antissépticos fora das especificações recomendadas acompanharam o aumento da demanda, com oportunistas oferecendo produtos de baixíssima qualidade e ineficazes”, diz Pasquini.
Legenda das imagens:
Imagem 1: Amostra de álcool-gel
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Célio Pasquini, Coordenador do INCTAA
(Foto: Arquivo pessoal)
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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