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Pesquisadora usa biossensor para detectar anticorpos contra COVID-19
Maiara de Jesus Bassi é graduada, mestre e doutora em Física pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Bolsista da CAPES durante a pós-graduação, a pesquisadora trabalhou com células solares orgânicas e biossensores ópticos de COVID-19, e apresentou seus resultados ao Núcleo de Fixação Biológica de Nitrogênio (NFN) do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFPR. Atualmente, Bassi participa do Grupo de Dispositivos Nanoestruturados (DiNE) do Departamento de Física da UFPR.
O que é o biossensor óptico de COVID-19?
O biossensor desenvolvido é formado camada a camada e tem como base, ou primeira camada, o polímero semicondutor F8T2, um tipo de plástico que tem propriedades condutoras. Quando esse material é exposto a uma fonte de luz, emite um padrão luminoso conhecido como fotoluminescência. A segunda camada é formada por um biorreceptor e um antígeno relacionado ao espinho da proteína (spike protein) utilizada pelo vírus causador da COVID-19 para se ligar às células e introduzi-las dentro delas. Por fim, ocorre a última camada, de bloqueio de superfície, contendo amostras coletadas do paciente para realizar o teste.
Quando há a ligação desse anticorpo com a proteína presente no sensor, ocorre uma mudança detectável no padrão luminoso emitido pelo polímero F8T2, indicando que o paciente possui os anticorpos contra o SARS-CoV-2 (vírus) e, consequentemente, está infectado. Assim, de uma forma muito prática, conseguimos analisar quando o soro humano apresenta anticorpos do SARS-CoV-2 (vírus) ou não.
Quais foram os resultados obtidos e qual a importância de reduzir os falsos negativos?
Conseguir desenvolver uma estrutura de biossensor que permite a detecção antígeno/anticorpo foi o principal resultado; para nós isso já foi uma vitória! Após isso, conseguimos realizar um estudo com diferentes concentrações de anticorpos, no qual observamos que através dessa metodologia utilizada precisaríamos de uma quantidade muito baixa de material para realizarmos a detecção. Também observamos a estabilidade do biossensor e trabalhamos com soro humano de pessoas que tiveram contato com a COVID-19 ou não. Os falsos negativos são sempre uma preocupação quando estamos falando de saúde. Nosso biossensor, até o momento, tem se mostrado promissor nesse sentido.
De que forma a bolsa da CAPES contribuiu para sua formação?
A bolsa da CAPES foi muito importante durante toda minha formação. Eu recebi bolsa de fomento CAPES no mestrado e no doutorado. Foi a partir disso que eu consegui fazer ciência.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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