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Pesquisadora estuda forma de combater fungos nocivos
Graduada em Biomedicina, Caroline Araújo é mestre em Ciências Farmacêuticas e doutoranda do Programa de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB). Bolsista da CAPES, ela pesquisa pós-bióticos e sua ação contra fungos que podem causar doenças, como Candida glabrata e Cryptococcus neoformans.
Sobre o que é a sua pesquisa?
A minha pesquisa é sobre pós-bióticos e sua ação contra fungos patogênicos. Para compreender melhor: os probióticos são bactérias que vivem na microbiota humana e trazem benefícios ao seu hospedeiro. Porém, essas bactérias, como os Lactobacillus, liberam substâncias que também trazem benefícios, conhecidas como pós-bióticos. O meu estudo visa identificar quais são os pós-bióticos específicos liberados na hora da fermentação pelos probióticos, se esses pós-bióticos têm efeito de inibição contra fungos patogênicos (Cryptococcus neoformans e espécies de Candida) e se, no futuro, é viável fabricar algum produto bioativo de baixo custo e fácil acesso, principalmente para uma comunidade mais carente, a fim de auxiliar no tratamento contra esses fungos.
O que é mais relevante no seu trabalho?
O novo ou diferente, o pensar e fazer “fora da caixinha”. Uma grande parte das pesquisas de resistência antimicrobiana tenta produzir um fármaco novo que possa combater um micro-organismo resistente. A minha pesquisa, por outro lado, busca estudar algo que teria o mínimo de efeitos colaterais e que não traria toxicidade ao organismo humano, pois já é algo produzido dentro do nosso organismo, só que em menor quantidade. Além disso, pretendo produzir futuramente um produto bioativo com esses pós-bióticos de baixo custo para uma comunidade economicamente vulnerável. Como Arthur Schopenhauer dizia: “A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê”.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Um dos principais problemas de saúde pública mundial é a resistência antimicrobiana. Demonstrar que os pós-bióticos podem se tornar uma terapia coadjuvante, com menor impacto na seleção de linhagens resistentes em comparação com antimicrobianos atuais, seria de extrema importância e relevância no âmbito da resistência antimicrobiana. Além disso, abre novas possibilidades terapêuticas, proporcionando economicidade e ampla disponibilidade clínica, especialmente em regiões economicamente vulneráveis, principalmente se pensarmos que doenças fúngicas são doenças negligenciadas.
De que forma a bolsa da CAPES contribuiu para sua formação?
Foi essencial. Sem a bolsa de mestrado da CAPES, eu não conseguiria concluir o meu mestrado e não conseguiria concluir futuramente o meu doutorado. Eu dependo totalmente da bolsa. Moro sozinha aqui em Brasília, e minha mãe, que seria o meu apoio financeiro aqui, mora em outro estado. A bolsa é o meu sustento, e com ela consigo dedicar-me exclusivamente à minha pesquisa; é um modo de tentar mudar o mundo para melhor.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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