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Pesquisadora desenvolve dispositivo para reabilitação oral
Cirurgiã-dentista formada pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (UNILEÃO) e mestranda do Programa em Ciências Odontológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ana Larisse Carneiro desenvolve pesquisas clínicas com ênfase em novas possibilidades tecnológicas para as reabilitações orais.
Fale um pouco sobre o seu trabalho.
Iniciei no mestrado meus estudos sobre o uso da tecnologia voltada às reabilitações orais. Desde então venho buscando soluções, juntamente com a minha orientadora, Profª Adriana da Fonte, e a equipe do laboratório. Uma das problemáticas discutidas na literatura, trata do uso de scanners intraorais em pacientes desdentados reabilitados com múltiplos implantes. Esses scanners são responsáveis por fazer uma cópia da boca do paciente e permitir a referência dessa imagem para o computador, formando o desenho da prótese. Diante de inúmeras discussões, concluímos que por se tratar de mandíbulas totalmente desdentadas, a ausência de referências durante o escaneamento intraoral representava a principal causa de imprecisão, uma vez que são os dentes que fornecem os pontos para o escaneamento. Pensando nisso, a solução seria desenvolver um dispositivo que permitisse a união física dos implantes e que fosse reconhecido pelo scanner intraoral.
A criação do dispositivo foi possível?
Procedemos a estruturação da ideia a partir do desenho digital do dispositivo, impressão e avaliações clínicas. Após algumas tentativas o objetivo foi atingido. Para comprovar cientificamente a sua precisão estamos desenvolvendo uma pesquisa clínica que apresenta resultados preliminares excelentes, que corresponde à minha dissertação de mestrado. Associado à tecnologia CAD-CAM (projeto e fabricação auxiliados por computador), o uso do dispositivo possibilita a fabricação de estruturas bem ajustadas, eliminando a etapa clínica de moldagem.
Como surgiu o interesse em trabalhar com o assunto?
No segundo semestre de 2018, quando ingressei no mestrado pela UFRN, recebi a notícia de que seria orientada pela Profª Adriana Carreiro, que já vinha desenvolvendo pesquisas clínicas relacionando as próteses dentarias com equipamentos capazes de substituir os materiais comumente utilizados. Assim, fui inserida nesse projeto, que seria a continuidade da tese de doutorado de outra professora, a doutora Fátima Campos. Ela havia reabilitado os pacientes com próteses provisórias, do tipo fixada em implantes, e agora cabia a mim substituir essas próteses pelas do tipo híbridas, ou seja, finais, com desafio de usar o fluxo digital.
Qual a importância do seu trabalho para a realidade brasileira?
A substituição da etapa clínica de moldagem por escaneamento intraoral, representa maior simplicidade técnica e menor custo do tratamento, o que implicará em maior acesso da população a esse tipo de tratamento em um futuro breve.
O que ele traz de diferente daquilo que já é visto na literatura?
Inúmeras pesquisas vêm sendo desenvolvidas, sem sucesso clínico, na perspectiva de encontrar soluções para a obtenção de imagens precisas em arcos desdentados totais, utilizando os scanners intraorais. Contradizendo os dados da literatura, nossa pesquisa vem mostrando excelentes resultados clínicos, e assim, esperamos a replicação dos nossos resultados.
Qual a importância do apoio da CAPES?
A CAPES vem sendo fundamental nessa caminhada ao me conceder uma bolsa, proporcionando a minha dedicação exclusiva ao mestrado. Assim, consigo desenvolver minhas pesquisas com mais tranquilidade, sem interferências externas, mantendo o foco totalmente na pós-graduação.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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