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Pesquisadora descobre potencial de fungo para a produção de bioetanol
Déborah Aires Almeida, engenheira de Bioprocessos e Biotecnologia pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), aceitou o desafio de estudar o fungo Trichoderma harzianum. Em sua pesquisa de mestrado, feito em Genética e Biologia Molecular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), descobriu que o fungo tem alto potencial para degradar celulose. Isso dá ao seu trabalho possíveis aplicações industriais no processo de produção de etanol de segunda geração, conhecido como bioetanol.
Por que estudar uma linhagem do fungo
Trichoderma harzianum
?
Através de um estudo prévio, onde foram analisadas diferentes linhagens do fungo
Trichoderma harzianum
com o intuito de encontrar um outro fungo que fosse capaz de produzir enzimas que degradam a celulose presente na biomassa vegetal, bservou-se o potencial da linhagem de
T. harzianum
quando comparado com a espécie que é amplamente estudada e utilizada em processos industriais para a produção de bioetanol, o
Trichoderma reesei.
Este
motivo é que levou a linhagem a ser escolhida para um estudo mais aprofundado, para uma melhor compreensão do conjunto de enzimas produzidas por esse fungo.
Você pode explicar como foi desenvolvida sua pesquisa?
Minha pesquisa envolveu diversas abordagens biotecnológicas, além de várias análises de bioinformática, todas realizadas no Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG) no Laboratório de Análise Genética e Molecular (LAGM), da Unicamp.
Quais os resultados obtidos?
Esse é o primeiro trabalho que envolve diferentes abordagens biotecnológicas e que investiga o potencial de degradação de celulose dessa linhagem de
Trichoderma harzianum
(CBMAI-0179), a fim de determinar os genes e as proteínas secretadas por esse fungo. Os resultados da minha pesquisa mostraram uma maior eficiência dessa linhagem quando comparada com outra linhagem da mesma espécie (
T. harzianum
IOC-3844) para a degradação de celulose, tornando-a uma linhagem promissora para a busca de enzimas para serem usadas em coquetéis enzimáticos para a degradação da biomassa vegetal brasileira, o bagaço da cana-de-açúcar.
Qual o potencial de uso industrial deste fungo na produção de bioetanol?
Vários estudos já demonstraram o potencial de
T. harzianum
em expressar e secretar uma série de enzimas hidrolíticas que promovem a degradação dos polissacarídeos da parede celular vegetal de modo bastante eficiente, sendo investigados como fontes valiosas de celuloses industriais. No entanto, o uso de suas enzimas em coquetéis enzimáticos comerciais ainda está em andamento, com o foco na degradação da biomassa vegetal brasileira.
Qual a contribuição da bolsa da CAPES para sua carreira?
A bolsa da CAPES foi de suma importância para a minha carreira. Ela me possibilitou desenvolver projetos de pesquisa de grande interesse na área de biotecnologia, além de ter me proporcionado experiências valiosas que serviram tanto para o meu crescimento pessoal quanto profissional.
Quais seus próximos projetos?
O meu plano agora é continuar com as pesquisas, dando seguimento na vida acadêmica através de um doutorado na área de genética e biologia molecular.
Legenda das imagens:
Banner: Imagem ilustrativa (iStock.com/Manjurul)
Imagem 1:
Amostra do Trichoderma harzianum em laboratório
(Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 2:
Déborah Aires Almeida fez primeira pesquisa sobre o Trichoderma harzianum
(Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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