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Pesquisadora descobre nova espécie na Mata Atlântica
Formada em Tecnologia em Gestão Ambiental, pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), Rafaela Alves contou com o apoio da CAPES em todas as etapas da pós-graduação, podendo assim, se tornar mestre e doutora em Botânica pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Nesse período, realizou diversos trabalhos ligados à Mata Atlântica que culminaram com a descoberta da Dalechampia margarethiae , na Mata Atlântica do Espírito Santo. Atualmente, é bolsista do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES).
1) Como decidiu seguir nesta área?
Minha formação no curso Superior Tecnológico em Gestão Ambiental me permitiu ter um olhar mais sensível sobre a importância da conservação do meio ambiente e da compreensão do patrimônio genético rico que nosso país possui. E logo me envolvi na pesquisa em botânica através da iniciação científica, a qual desenvolvia no Jardim Botânico do Recife (PE). Após a conclusão do curso de graduação, sempre tive vontade de continuar na pesquisa e conhecendo mais sobre botânica; foi então que continuei fazendo carreira acadêmica e me encontrando cada vez mais naquilo que eu gosto e tenho muito prazer em fazer.
2) Por que decidiu estudar a Mata Atlântica?
A Mata Atlântica está presente na nossa região nordestina e se encontra bastante fragmentada; hoje, é considerada um hotspot , ou seja, uma área riquíssima em diversidade e espécies endêmicas, mas que apresenta alto grau de ameaça e, por isso, necessita urgentemente de conservação. E também o fato de fragmentos de Mata Atlântica estarem próximos da capital pernambucana facilita a realização de coletas e viagens a campo.
3) Dentro desses estudos, quais resultados se destacam?
Um trabalho que me chamou muito a atenção foi de uma espécie nova que encontrei em material de herbário (coleção de plantas). Nós pedimos material emprestado de diversos herbários brasileiros e, ao analisar esses materiais, me deparei com algo novo para o gênero Dalechampia , uma espécie restrita a ambiente de Mata Atlântica registrada até o momento para o Espírito Santo. Eu a nomeei de Dalechampia margarethiae em homenagem à minha orientadora, Margareth Sales, que foi uma excelente pesquisadora! Hoje ela está aposentada, mas coordenou muitos trabalhos na pesquisa com a família Euphorbiaceae, principalmente para o Nordeste, por mais de 20 anos.
Gosto muito, também, da sinopse do gênero Dalechampia que fizemos para o Nordeste, o qual traz ilustrações botânicas coloridas e em nanquim, ambas feitas à mão, e auxilia bastante para o reconhecimento dessas espécies em campo.
4) Fale sobre sua pesquisa atual e como ela pode ajudar a Mata Atlântica?
Atualmente estamos tirando da gaveta artigos que estavam parados. São levantamentos florísticos em várias áreas da Mata Atlântica no estado de Pernambuco que trarão novidades como novas ocorrências e o status de conservação de espécies, por exemplo, os quais serão de suma importância para a divulgação da diversidade florística da Mata Atlântica e da necessidade de protegê-la, além de contribuir com outras linhas de pesquisas e subsidiar planos de manejo e recuperação de áreas degradadas. Esses trabalhos também irão fortalecer o grupo de estudos de biologia vegetal da Unidade Acadêmica de Serra Talhada (Uast-UFRPE), assim como a pós-graduação.
5) Qual a importância da CAPES em sua trajetória acadêmica?
A CAPES foi essencial para minha formação como pesquisadora. Foi a partir da CAPES que pude chegar cada vez mais longe. Conheci culturas diferentes no doutorado-sanduíche na Europa, aprendi novos métodos para agregar aos trabalhos que desenvolvemos, além de me proporcionar um pouco do conhecimento da rica flora brasileira e contribuir na ciência do nosso País. Eu não tenho palavras que possam expressar o quão fundamental a CAPES foi e continua sendo na minha trajetória profissional.
Legendas das imagens:
Imagem dentro da matéria: Rafaela Alves, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) (Foto: Divulgação)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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