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Pesquisadora cria embalagens biodegradáveis que conservam alimentos
Graduada em Engenharia de Alimentos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde também fez mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Tarsila ingressou no doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos, na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Em sua pesquisa, feita parcialmente na Alemanha, a bolsista desenvolveu embalagens ativas sustentáveis a base de um biopolímero.
Sobre o que é a sua pesquisa?
Devido à sua grande versatilidade, os materiais plásticos são amplamente difundidos em vários setores industriais, incluindo a indústria de embalagens para alimentos. Porém, muito se tem discutido acerca das desvantagens da utilização de tais materiais, os quais ainda são, em grande maioria, produzidos a partir de fontes não renováveis (fóssil) e não são biodegradáveis, permanecendo no ambiente por um longo período.
Os prejuízos associados ao descarte incorreto destes materiais são alarmantes, não só considerando as questões ambientais, mas também se tornando um problema de saúde pública. Neste contexto, minha pesquisa de doutorado consiste no desenvolvimento de embalagens plásticas ativas, com a utilização de polímeros biobased associados à incorporação de componentes bioativos naturais, como uma alternativa às embalagens plásticas convencionais. O polímero utilizado na minha pesquisa foi poli (ácido lático) (PLA), bioplástico (biodegradável/compostável) e já disponível no mercado.
A tecnologia de embalagens ativas surge também como um potencial aliado à conservação de alimentos, consistindo na deliberada incorporação destas substâncias com propriedades antimicrobianas/antioxidantes à matriz polimérica e sua posterior liberação para alimento embalado. No meu caso, utilizei um extrato comercial de lúpulo (velho conhecido da indústria cervejeira), rico em lúpulos na sua forma livre, e também realizei sua complexação com ciclodextrinas. O propósito foi a obtenção de compostos em escala nanométrica e com menor suscetibilidade a fatores externos, como oxigênio e temperatura, na tentativa de possibilitar uma futura ampliação para escala industrial.
O que você destacaria de mais relevante na sua pesquisa?
Um ponto-chave da minha pesquisa é a união da utilização de um biopolímero com a tecnologia de embalagens ativas para o desenvolvimento de um material mais sustentável e aliado a conservação de alimentos. Em paralelo, a investigação da complexação com ciclodextrinas de um extrato comercial para obtenção de produto com características diferentes permite um maior campo de aplicação. Além disso, constitui também uma forma de ampliar a utilização do lúpulo, para além do seu papel na indústria de bebidas e farmacêutica.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Acredito que os impactos vão além da contribuição para as alternativas às embalagens plásticas convencionais, o que por si só é bastante relevante para o desenvolvimento do conceito de sustentabilidade nos dias atuais. A pesquisa pode também atuar como uma aliada ao desperdício de alimentos e às atuais demandas de consumo que visam uma redução nos aditivos químicos sintéticos. O emprego de compostos bioativos naturais impulsiona a valorização de matérias-primas naturais, em especial no caso de exemplos como o lúpulo, que já é um conhecido da indústria alimentícia, mas com aplicação ainda limitada.
De que forma a bolsa da CAPES contribui para a sua formação?
Sou bolsista CAPES desde o mestrado e posso afirmar que este apoio foi imprescindível para a realização das atividades que venho conduzindo. O apoio financeiro é parte crucial para estudantes e pesquisadores que, como eu, tiveram que mudar de cidade/estado para se dedicar exclusivamente à pesquisa. O suporte também dado aos programas de pós-graduação possibilita aquisição de materiais, equipamentos e manutenção das atividades necessárias à pesquisa acadêmica no País.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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