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Pesquisador da UnB destina premiação para criação de fundo de investimento para jovens cientistas
O geneticista Nagib Nassar, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), recebeu, em dezembro de 2013, um prêmio da Fundação do Kuwait para o Avanço das Ciências, na categoria Meio Ambiente, no valor de 100 mil dólares (cerca de R$ 250 mil), que foi doado ao programa de Pós-Graduação em Botânica da Universidade de Brasília (UnB). "Nesta idade avançada, estou preocupado com a continuação de meu programa, em fixar pesquisadores atuais e atrair novos alunos. Assim, resolvi dedicar todo o valor do prêmio para criar um fundo na UnB cujos rendimentos beneficiarão esses jovens pesquisadores e poderão atrair outros para continuar essa missão."
O reconhecimento internacional é pelo trabalho de melhoramento da mandioca desenvolvido pelo pesquisador por mais de 40 anos.
Inspiração
Nagib diz que foi inspirado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para realizar a doação. "Incentivar a formação de um quadro de cientistas altamente qualificados é a espinha dorsal de qualquer progresso cientifico e essa é uma missão que a Capes realiza com muito sucesso, além de servir de exemplo a outros países do mundo. Todos meus alunos formados mestres e doutores foram bolsistas da Capes, e, graças a esse apoio, fizeram excelentes trabalhos no meu programa sobre a mandioca. Tenho muita gratidão e apreço pela fundação", explica.
Histórico
Graduado pela Cairo University, mestre em Genética pela Assiut University e PhD em Genética (co-major em Botânica) pela Alexandria University, Nassar veio para o Brasil em 1974, a convite do Ministério das Relações Exteriores, dentro do acordo cientifico bilateral. O estudo desenvolvido por ele consiste na manipulação de espécies silvestres da mandioca e sua conservação para produção de híbridos produtivos e resistentes a doenças e pragas.
Segundo informações do Jornal da Ciência, o professor Nassar sempre acreditou no papel social da ciência e do melhoramento. A partir de seu trabalho, pesquisadores do The International Institute of Tropical Agriculture (IITA), da África, desenvolveram híbridos que são plantados atualmente em mais de 4 milhões hectares na Nigéria e no Congo. "O material melhorado foi destinado às camadas mais pobres de agricultores e assentados", afirmou.