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Pesquisador busca nova fonte de energia limpa
Allan Araújo é mestre em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutor em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com período no Centro de Tecnologia Mecânica e Automação da Universidade de Aveiro, em Portugal. Sua pesquisa é feita na área de conversão de energia a partir de reações químicas usando materiais cerâmicos.
De onde surgiu seu interesse por essa área do conhecimento?
A Engenharia de Materiais é uma área interdisciplinar, uma vez que tudo em nossa volta são materiais. Ela interliga a estrutura dos materiais, o processo de fabricação, as propriedades e suas aplicações. O desenvolvimento de materiais é bastante importante pois são eles que limitam as possibilidades e as capacidades do ser humano de agir sobre seu universo social, sendo um dos problemas mais urgentes do ponto de vista científico e tecnológico.
A opção por Materiais foi devido ao seu promissor campo de oportunidades futuras, uma vez que o desenvolvimento de tecnologias passará pelo desenvolvimento de materiais.
Em que campo de pesquisas se situa o seu trabalho?
O curso de Engenharia de Materiais é dividido tradicionalmente em três classes: cerâmicos, metais e polímeros. Eu tive a minha formação e pesquisa mais voltada para os materiais cerâmicos. Desde a minha graduação tenho trabalhado com materiais cerâmicos para aplicações em dispositivos de conversão de energia, que são as células a combustível. O meu trabalho se baseia em otimizar os materiais do ponto de vista estrutural e microestrutural através do processo de fabricação.
Ele já está sendo aplicado em situações reais?
Células a combustíveis já são aplicadas em situações reais, como em setores industriais, ônibus espaciais, ou até mesmo em automóveis. As células a combustível alinham a grande eficiência de conversão com o baixo nível de subprodutos à base de carbono eliminados na atmosfera. Os estudos atuais são motivados sempre por custo, desempenho, operação a longo prazo etc.
Quais as vantagens deste sistema em relação aos demais?
Estes sistemas são fontes renováveis, porém não são intermitentes como a energia solar, eólica e hidráulica, não sendo assim limitados por variação sazonal. Então, células a combustível podem ser usadas de forma complementar em momentos de elevada demanda de energia elétrica.
Seu trabalho também envolve pesquisas com eletrolisadores.
Os mesmos componentes utilizados em células a combustíveis podem ser utilizados em eletrolisadores. O eletrolisador ganhou um forte interesse recentemente devido à sua flexibilidade em produzir vários químicos importantes. Por exemplo, a eletrólise da água é uma forma promissora de obter hidrogênio sem gerar carbono como subproduto. Outro exemplo é a eletrólise do dióxido de carbono, reduzindo emissões de CO
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e atenuando o efeito estufa e o aquecimento global.
Em quanto tempo essas fontes de energia estarão acessíveis?
A tecnologia do hidrogênio vem recebendo cada vez mais incentivo de governos do mundo todo por uma série de motivos, seja pelo aumento da população, pela crescente industrialização, pelo consumo de energia cada vez maior e por efeitos das alterações climáticas. A humanidade enfrenta o desafio de equilibrar as demandas energéticas com os problemas ambientais crescentes. O hidrogênio é uma das respostas mais promissoras. Portanto, acredito que dentro das próximas décadas estes tipos de sistemas estejam cada vez mais implementados nas sociedades.
Qual a contribuição da CAPES para a sua trajetória acadêmica?
Durante a minha etapa de pós-graduação, no mestrado e doutorado, recebi bolsas da CAPES, sendo importante para o sustento da minha vida pessoal. Além da bolsa, a instituição contribuiu com o fomento da pesquisa, através da compra de reagentes, equipamentos; enfim, toda infra-estrutura necessária.
Quais seus planos e projetos para o futuro?
Recentemente, fui aprovado em um processo de seleção de pós-doutoramento na mesma Universidade de Aveiro, em Portugal, onde fiz parte do meu doutorado. Esta foi uma experiência muito importante para a minha formação, pois estive em contato com pesquisadores de todo o mundo que são referências na área do meu trabalho. Além disso, tive acesso a uma estrutura de laboratório avançada. Pretendo dar continuidade às minhas pesquisas e, sempre alinhado com este projeto, estarei em colaboração com pesquisadores do Brasil.
Legenda das imagens:
Banner:
Imagem ilustrativa
(Foto:
iStock/PETERSCHREIBER.MEDIA
)
Imagem 1:
Testes e análises foram realizados em equipamentos da UFRN, no Brasil, e na Universidade de Aveiro, em Portugal
(Foto:
Arquivo pessoal
)
Imagem 2:
Allan Araújo desenvolveu sua pesquisa durante doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(Foto:
Arquivo pessoal
)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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