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Pesquisa sobre fruto amazônico é publicada em periódico no Canadá
Apaixonada por natureza, Andrezza Ramos, ex-bolsista da CAPES, é graduada e doutorada em Química pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Sua pesquisa de doutorado apresenta os benefícios de um fruto amazônico no combate ao diabetes e foi publicada no periódico do Instituto Canadense de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CIFST), em maio deste ano.
Conhecida popularmente como cambuí, a pedra-ume caá tem propriedades antioxidantes e antiglicantes, que ajudam no controle da hipoglicemia. A tese, cujo tema é ‘Frutos não convencionais amazônicos: descrição química e propriedades antioxidantes e antiglicantes’, teve o apoio do grupo de pesquisa do Núcleo de Estudos Químicos de Micromoléculas da Amazônia (Nequima), da UFAM.
Fale um pouco sobre o seu projeto de pesquisa e seu objetivo.
Meu projeto de doutorado teve como objetivo principal estudar a composição química de frutos da família Myrtaceae, mesma família das goiabeiras (Psidium spp), das pitangas (Eugenia spp) e das cerejas (Myrcia spp), ocorrentes no bioma da Amazônia, empregando técnicas de identificação de estruturas químicas como a espectrometria de massas e espectroscopia. Também procurei avaliar os potenciais antioxidantes, antiglicantes e citotóxicos desses frutos.
Como foi a descoberta do fruto amazônico?
Ocorreu durante uma visita à EMBRAPA, quando coletávamos outras espécies. Me interessei por estes frutos, pois suas folhas já apresentam atividade hipoglicemiante, ou seja, reduzem os níveis de açúcar no sangue. Assim, decidi descobrir se os frutos poderiam apresentar a mesma capacidade.
Meu interesse, desde sempre, era mostrar o valor dos frutos amazônicos chamados de exóticos, ou não convencionais, ou seja: frutos desconhecidos e negligenciados. Estudei frutos no mestrado e, agora, no doutorado.
Quais são os principais pontos da sua pesquisa?
Identificar substâncias que apresentem propriedades antioxidantes e antiglicantes, propriedades fundamentais para uma dieta saudável e para prevenção de certas doenças como diabetes.
Outro aspecto importante é apontar o valor nutricional dos nossos frutos amazônicos para que passem a fazer parte do nosso café e da nossa dieta. Assim, agregar também, valor econômico, para que passem a ser cultivados e comercializados.
Sua pesquisa teve quais apoios?
Pude contar com a ajuda dos meus colegas do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos Químicos de Micromoléculas da Amazônia (Nequima) e dos coautores do artigo publicado, além do fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da CAPES. A pesquisa contou também com a ajuda da Professora Doutora Jaqueline Bezerra, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), que implementou ensaios antioxidantes na UFAM, no âmbito do Programa de Apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam).
Quais são os outros benefícios do fruto pedra-ume caá?
Combatem os indesejados radicais livres, responsáveis por diversos problemas de saúde, desde envelhecimento precoce até processos inflamatórios que levam à ocorrência de outras doenças. Suas folhas já têm sido utilizadas na forma de chá para redução dos níveis de açúcar no sangue.
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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