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Pesquisa investiga fatores de permanência de estudantes negros na UnB
Ícaro Jorge da Silva Santana é graduado em Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades e em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Estudos Interdisciplinares sobre a Universidade, também pela UFBA, atualmente realiza o doutorado no Programa de Direitos Humanos e Cidadania da Universidade de Brasília (UnB). Recentemente, foi aprovado para o Doutorado- Sanduíche na Universidade de Évora, em Portugal, pelo Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento/CAPES. Em sua pesquisa na UnB, ele investiga os principais desafios enfrentados por estudantes negros para a permanência na graduação.
Sobre o que é a sua pesquisa?
Consiste em uma pesquisa qualitativa com suporte quantitativo sob instrumento do Survey, entrevistas compreensivas e análise do discurso a partir do aporte teórico da interseccionalidade. Neste momento, a pesquisa está em fase de execução com Survey em circulação na Universidade de Brasília e uma série de entrevistas já realizadas com estudantes negros da UnB.
No processo de pesquisa, já foram divulgados alguns resultados prévios como o artigo publicado na Revista REPECULT intitulado “Políticas Públicas para Permanec(s)er na Universidade: Análise do discurso do substitutivo ao Projeto de Lei nº 1434, de 2011”. Também, no escopo da pesquisa, em articulação com a extensão, foi realizado um curso no Centro de Convivência Negra da UnB (CCN) que tratou das políticas de permanência da universidade.
No Doutorado-Sanduíche, tenho realizado uma pesquisa sobre a permanência dos estudantes brasileiros e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) na Universidade de Évora, mas paralela a do Brasil. A pesquisa tem como abordagem teórica a interseccionalidade, políticas públicas, direito à educação, estudos interdisciplinares sobre a universidade, assim como a que está em andamento no Brasil, mas por se tratar de territórios, histórias e relações étnico-raciais diferentes, decidi que ambas as pesquisas caminham de forma paralela, mas conectadas.
O que vale destacar de mais relevante na sua pesquisa?
A pesquisa surge da luta dos movimentos sociais. Há muito tempo, as vozes pulsantes do movimento estudantil e do movimento negro apontam a necessidade de garantia e aperfeiçoamento das políticas de permanência estudantil para estudantes negros. Os atores reivindicam uma presença qualificada dos estudantes que adentraram no ensino superior após políticas de democratização. Dessa forma, a pesquisa busca colaborar com a instrumentalização das reivindicações sociais e políticas a partir da coleta e análise de dados. A contribuição da pesquisa para a sociedade será a utilização desses dados coletados e analisados para a promoção e defesa de políticas públicas, de direitos humanos que pensem a permanência dos estudantes negros nas universidades.
De que forma a bolsa da CAPES contribui para a sua formação?
As políticas públicas promovidas pela CAPES possibilitam as ferramentas necessárias para a produção do saber científico, resguardando a autonomia do pesquisador. Pesquisar é uma ação de grande entrega de tempo e instrumentos pessoais que influenciam no desgaste do pesquisador quando não há instrumentos disponíveis para seu exercício. A CAPES garante que a pesquisa possa caminhar a partir de interesses diversos, possibilitando a transformação social através da ciência.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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