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Pesquisa investiga efeito de enzima em doença cardiovascular
Em que consiste a sua pesquisa na luta contra as doenças cardiovasculares?
Investigo como as metaloproteinases (MMP), que são enzimas que degradam diversas proteínas de matriz extracelular, como os colágenos e elastina, causam alteração na função do coração e das artérias em doenças cardiovasculares. Elas estão presentes em nossos órgãos e devido a alterações fisiológicas, como aumento de colesterol, glicemia e pressão alta, e acabam gerando alteração na quantidade e na atividade das MMP. Estas pequenas mudanças de atividade são suficientes para gerar um aumento do coração por Doença de Chagas, por exemplo, ou formar placas de gordura, devido ao aumento de colesterol. O conhecimento de como essas proteases causam isso pode explicar a fisiopatologia de doenças e indicar possíveis alvos terapêuticos no tratamento de doenças cardiovasculares, com a hipertensão.
Quais os resultados obtidos?
Nossos resultados recentes mostraram que o aumento das metaloproteinases pode alterar a respiração celular no organismo, levando a maior produção de espécies reativas que geram o quadro de estresse oxidativo. Desta forma, essa substância induz alterações no tecido cardíaco, como a fibrose cardíaca, além de causar arritmia e alterações na função cardíaca compatíveis com quadro de insuficiência cardíaca. O tratamento dos animais com insuficiência cardíaca devido ao aumento da metaloproteinases são melhorados com antioxidantes, como N-acetilcisteína e apocinina.
Em que fase se encontra a sua pesquisa?
Atualmente, eu e uma equipe de pesquisadores estamos trabalhamos na investigação dos mecanismos celulares envolvidos na melhora da insuficiência cardíaca pelos antioxidantes N-acetilcisteína e apocinina. Além disso, estamos buscando compostos bioativos com atividade inibitória sobre a metaloproteinases. Esses compostos podem ser utilizados na terapêutica da insuficiência cardíaca.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir no tratamento dessa doença que mais mata no mundo?
Contribuo para o conhecimento de ciência básica do Brasil na área de doenças cardiovasculares, especificamente com insuficiência cardíaca, hipertensão, aterosclerose e intoxicação por metais pesados. Este conhecimento será importante para indicar alvos terapêuticos e diminuir a mortalidade por eventos cardiovasculares no Brasil e no mundo. Além disso, contribuo na elucidação de mecanismos toxicológicos do envenenamento mercurial, que hoje é um problema no mundo e na região Amazônica.
O seu trabalho já recebeu alguns prêmios. Quais são eles?
Recebi o prêmio IASH/COH New Investigator Travel Award for Central and South American Trainees, concedido a 10 pesquisadores selecionados da América Central e do Sul pela American Heart Association. Recentemente, fui premiado como membro afiliado na Academia Brasileira de Ciências para o quinquênio (2023-2028). Ganhei na UFPA, por quatro vezes, o prêmio Melhores planos de iniciação cientifica na área de ciências da vida, pela orientação de quatro alunos. Além disso, ganhei diversos prêmios de orientação de trabalhos que foram apresentados em eventos científicos.
Qual a importância da bolsa da CAPES para sua formação, e dos demais beneficiários?
A bolsa da CAPES tem papel crucial no desenvolvimento dos projetos, tanto para mim como para todos os bolsistas, pois a dedicação nos planos de trabalho leva à descoberta de novos resultados. Por isso, gostaria de destacar a importância que a CAPES tem no fomento, na manutenção e no incentivo dos bolsistas para atuarem nas pesquisas.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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