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Pesquisa destaca desafios de ingressantes no ensino médio
Ismael Martins Boeira é formado em Pedagogia pela Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS), com bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) do Ministério da Educação. Nessa mesma instituição, conclui seu mestrado em Diversidade Cultural e Inclusão Social. Bolsista da CAPES, ele é professor de duas escolas públicas na Região Metropolitana de Porto Alegre. Sua pesquisa analisa os desafios de estudantes que ingressaram no 1° ano do Ensino Médio de escolas públicas por meio de políticas de aprovação automática e correção de fluxo. Nesse contexto, procura entender como a pandemia intensificou as desigualdades educacionais desses alunos.
Sua pesquisa analisa as desigualdades provocadas na educação por causa da pandemia de COVID-19?
A pesquisa tem como título Juventudes e a chegada no Ensino Médio: Desafios e (Im)possibilidades do Sucesso Escolar, que tem como objeto de investigação o percurso de estudantes do 1° ano do Ensino Médio de escolas públicas do município de Sapiranga, no Rio Grande do Sul. Busco entender como o contexto da pandemia intensificou as desigualdades educacionais para esses alunos, que ingressaram no ensino médio durante esse período desafiador, por meio de políticas de aprovação automática e correção de fluxo. Além disso, analiso as políticas públicas e o desinteresse que tem sido apontado como um dos principais motivos de evasão escolar no primeiro ano do ensino médio, conforme indicam diversas pesquisas educacionais, como as realizadas pelo IBGE. Ouço atentamente as perspectivas das juventudes, que vivenciam realidades e territórios distintos, buscando compreender suas experiências e expectativas.
O que você destacaria de mais relevante na sua pesquisa?
Destaco que a pandemia desencadeou uma série de desafios multifacetados para essas juventudes, incluindo impactos diretos da crise sanitária e econômica, como perdas familiares, inserção precoce no mercado de trabalho e um ensino remoto precário. Enfatizo também que esses jovens enfrentaram uma entrada desigual no ensino médio, o que pode ser considerado uma negação de direitos devido às condições adversas que enfrentaram. A chegada ao ensino médio desses jovens foi marcada por políticas de correção de fluxo e recuperação de aprendizagem, que não garantiram a aprendizagem. Além disso, a pesquisa indica que o ensino médio continua sendo um desafio para esses jovens, que frequentemente veem essa etapa como uma oportunidade de mudança de vida, mas acabam desmotivados devido ao currículo e à forma como ele é proposto, falhando em dialogar com suas realidades e com o ritmo de vida da juventude.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para sociedade?
O objetivo é contribuir para o avanço das políticas públicas educacionais, visando um sistema mais inclusivo e eficaz. Ao se dedicar a compreender os desejos das juventudes em relação às suas impossibilidades no Ensino Médio, a pesquisa se torna um valioso instrumento de análise, capaz de direcionar as ações governamentais de maneira mais precisa e alinhada às necessidades reais dos estudantes.
Como a bolsa da CAPES contribui para a sua formação?
A bolsa da CAPES desempenha um papel fundamental tanto na viabilização da pesquisa em questão quanto na minha formação acadêmica. Sem ela, os recursos necessários para conduzir o estudo e sustentar-me financeiramente durante o período de pesquisa teriam sido escassos, dificultando significativamente o progresso do trabalho. Além disso, a bolsa CAPES é um instrumento crucial para o avanço da educação e da ciência no Brasil, fornecendo apoio financeiro essencial para pesquisadores e estudantes, incentivando a produção de conhecimento e contribuindo para o desenvolvimento do País em diversas áreas do saber.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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