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INOVAÇÃO
Pesquisa busca variedades de cana-de-açúcar resistentes a doenças
Maior produtor mundial de cana-de-açúcar, o Brasil ainda procura na ciência soluções para deter doenças como o amarelinho, o mosaico e a ferrugem marrom, que afetam as lavouras e reduzem a produtividade do setor. Com este foco, pesquisadores do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ricardo José Gonzaga Pimenta e Alexandre Hild Aono, bolsistas da CAPES, publicaram artigo no periódico
Scientific Reports
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O trabalho trata de uma ampla pesquisa genética em variedades de cana-de-açúcar plantadas no Brasil e sua resistência ao amarelinho, uma doença viral que enfraquece a planta e reduz sua capacidade de produzir açúcar. O estudo foi feito em parceria com pesquisadores do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), do Instituto Biológico e da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquista Filho (Unesp). Nele os cientistas analisaram 97 variedades de cana-de-açúcar, a partir de testes de RT-qPCR, para avaliar quais dela seriam mais ou menos resistentes à doença.
Iniciada em 2015, a pesquisa identificou três variedades: aquelas que acumulam o vírus e sofrem com a doença de modo severo, as não sofrem tanto, mas acumulam muito vírus e acabam servindo como reservatórios da doença, e aquelas que são totalmente resistentes ao vírus. “Nossa pesquisa atuou em várias fases do ciclo de vida da cana, desde o plantio até a colheita. Conseguimos sequenciar o DNA e quantificar o número de vírus em cada planta. Com isso, conseguimos vislumbrar quais caminhos poderão ajudar no melhoramento da cana-de-açúcar no Brasil”, explica Ricardo José Pimenta, autor principal do artigo.
O pesquisador explica que essa pesquisa genética é muito valiosa porque “a partir do momento em que conhecemos o DNA de cada planta, não será mais preciso serem feitos testes recorrentes em campo para se conhecer a resistência de cada uma ao vírus”. A equipe trabalha para melhorar geneticamente a cana-de-açúcar, “buscando o aumento das safras no Brasil”, conclui.
O link do artigo “ Genome-wide approaches for the identification of markers and genes associated with sugarcane yellow leaf virus resistance” pode ser encontrado em https://www.nature.com/articles/s41598-021-95116-1 .
Legenda das imagens:
Banner: Imagem ilustrativa(Foto: iStock.com/metamorworks)
Imagem 1: Doença do Amarelinho é umas da principais pragas da cultura de cana-de-açúcar (Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 2: Ricardo Pimenta, pesquisador do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG), da Universidade Estadual de Campinas, e autor principal do artigo (Foto: Arquivo Pessoal)
Imagem 3: Alexandre Hild Aono, pesquisador do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG), aplicou método de aprendizagem de máquina na pesquisa (Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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