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PRÊMIO CAPES DE TESE
Pesquisa analisou dor nas costas em crianças e adolescentes
Verônica Souza Santos foi a vencedora do Prêmio CAPES de Tese na área de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional. Em sua pesquisa, intitulada Dor Musculoesquelética em crianças e adolescentes: Avaliação, Epidemiologia e Qualidade Metodológica e de Reporte de Revisões Sistemáticas, a fisioterapeuta analisou a dor nas costas em crianças e adolescentes, destacando a relevância do tema para saúde da população.
Fale da sua trajetória acadêmica, da graduação ao doutorado
Comecei a graduação ainda com 17 anos, sem muita certeza que queria a fisioterapia, mas, com o tempo, fui ganhando certeza. Durante o percurso, também me envolvi em atividades paralelas, como monitorias, e fiz dois anos e meio de iniciação cientifica com bolsas PIBIC/UNICID e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Perto de me formar, minha orientadora de iniciação cientifica me ofereceu a oportunidade de fazer o mestrado, mas decidi seguir para uma pós-graduação lato sensu. No entanto, alguns meses depois, surgiu a oportunidade de uma entrevista para uma bolsa de doutorado direito, parte de um projeto de Jovem Pesquisa financiado pela FAPESP.
Sobre o que é a sua pesquisa?
Minha pesquisa buscou aprofundar a epidemiologia, validar questionários e avaliar a qualidade metodológica de revisões sistemáticas para crianças e adolescentes com dor musculoesquelética. Com essa tese, conseguimos desenhar a prevalência, a incidência e o prognóstico da dor nas costas em crianças e adolescentes. Além disso, avaliamos o prognóstico e o custo para a sociedade da dor musculoesquelética incapacitante em crianças e adolescentes. Validamos dois questionários relevantes para essa população: um para avaliar a presença e o impacto da dor, e outro para avaliar a presença de sintomas psicossomáticos. Também revisamos a literatura sobre outros questionários disponíveis e a certeza das evidências que eles apresentavam. Por fim, identificamos que as revisões sistemáticas que guiam as intervenções em crianças e adolescentes com dor musculoesquelética apresentam, no geral, baixa qualidade metodológica e, no geral, não são reportadas de maneira adequada.
O que você destacaria de mais relevante na sua pesquisa?
O que mais poderia ser destacado da minha tese é que 3 em cada 10 crianças e adolescentes em idade escolar apresentam dor nas costas. Crianças e adolescentes com dor musculoesquelética incapacitante têm uma boa recuperação durante um ano (86%). No entanto, no mesmo período, cerca de 32% apresentaram recorrência dessa dor. Durante o período de um ano, a dor musculoesquelética incapacitante nessa população pode, ainda, gerar cerca de 1 bilhão de dólares para o Brasil, incluindo custos de saúde, perda de produtividade dos pais e custos da família/paciente. Além disso, revisões sistemáticas para tratamento de dor musculoesquelética em crianças e adolescentes precisam melhorar sua qualidade metodológica e de reporte para que as intervenções sejam reproduzidas na prática clínica.
Qual a importância para você de sua tese ter sido escolhida a melhor na área?
O prêmio CAPES foi, sem dúvidas, um marco muito importante na minha carreira. Fiquei extremamente grata por ver a relevância que o trabalho de quatro anos e meio recebeu.
De que forma a sua pesquisa pode contribuir para a sociedade?
Minha pesquisa pode contribuir de forma informativa para população e tomadores de decisão sobre o impacto da dor em crianças e adolescentes. Além disso, poderá ser utilizada como base para estudos futuros com o objetivo de reduzir o impacto na saúde e nos custos decorrentes.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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