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Pesquisa acelera germinação e frutificação do bacuri
A engenheira agrônoma Karina Vieira está concluindo o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Agroecologia da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Sua pesquisa é de fundamental importância econômica para a Amazônia. A estudante desenvolveu uma técnica de multiplicação in vitro do bacuri, que acelera o processo de germinação e frutificação do produto, bastante vendido e consumido na região.
Explique seu trabalho e os objetivos do projeto.
Meu trabalho tem como título “A germinação do bacuri”, uma arbórea nativa da Amazônia. Aqui no Maranhão, há uma apreciação do fruto. A polpa é bastante vendida e consumida. A sua germinação leva cerca de três anos e a frutificação demora dez anos. Para acelerar o processo, uso a técnica da micropropagação (multiplicação in vitro ) e consigo que a germinação ocorra em 60 dias, um grande avanço em nossas pesquisas. Com a redução do tempo para germinar, temos mais plantas para a produção. Outros experimentos estão sendo realizados para desenvolver protocolos de multiplicação dessas mudas, com ajuda de técnicas da cultura de tecidos, como a organogênese (processo de formação de órgãos e demais tecidos que compõem o organismo) e a embriogênese (desenvolvimento embrionário) somática.
Fale sobre a importância do bacuri para os produtores da fruta no Maranhão.
O Bacuri é bastante apreciado nos estados da região Norte e Nordeste do Brasil, principalmente no Pará, no Maranhão e no Piauí, sendo aproveitado como fruta fresca para consumo in natura e para a agroindústria de polpa, sorvetes e derivados, o que justifica a valorização dos frutos e o estímulo para incentivar o manejo e o plantio dessa espécie. Segundo o Censo Agropecuário de 2017 do IBGE, 86% da produção brasileira de bacuri se concentra na região Norte e 13,5% no Nordeste. O Pará e o Maranhão são os maiores produtores do fruto. As demandas do mercado para a polpa do bacuri são semelhantes às do açaí e do cupuaçu, em que se verifica um evidente conflito entre a oferta natural e a crescente demanda por essa fruta, devido à sua sazonalidade.
Como o seu trabalho pode contribuir para a sociedade?
A pesquisa traz uma perspectiva inédita quanto ao cultivo in vitro e à micropropagação do bacurizeiro, uma vez que não há, até o momento, um protocolo para sua propagação por cultura de tecidos. O estabelecimento desse protocolo trará inúmeras possibilidades quanto à pesquisa e à exploração mercadológica da espécie. Por se tratar de uma planta nativa da Amazônia, a detenção do conhecimento biotecnológico da micropropagação dessa espécie, por parte das instituições de pesquisa, será fundamental para dar uma contrapartida social para a região, visando a um cenário de cultivo, extração, beneficiamento e exportação de matéria-prima (frutos).
Qual a importância da bolsa da CAPES?
A bolsa da CAPES, da modalidade de mestrado, foi crucial para a realização da pesquisa, pois o recurso financia minha alimentação, minha moradia, contas de água, luz, transporte e outros gastos. Sem esse recurso financeiro seria praticamente impossível a minha formação e o crescimento profissional. A bolsa é de extrema importância para a minha vida.
Legenda das imagens:
Banner: Técnica de multiplicação in vitro do bacuri (Foto: Alexandre Lage CCS/CAPES)
Imagem 1: Engenheira agrônoma, Karina Vieira faz o mestrado em Agroecologia da UEMA (Foto: Alexandre Lage CCS/CAPES)
Imagem 2: O bacuri é bastante vendido e consumido na região Amazônica (Foto: Alexandre Lage CCS/CAPES)
Imagem 3: A pesquisa utiliza técnica de multiplicação in vitro do bacuri (Foto: Alexandre Lage CCS/CAPES)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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