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PRÊMIO CAPES DE TESE
Pesquisa aborda relação entre vitamina D e depressão em idosos
A nutricionista Gilciane Ceolin investigou, durante seu doutorado, a relação entre a concentração de vitamina D no sangue de pessoas idosas e os sintomas depressivos. O resultado da pesquisa reforçou a importância não somente para a saúde óssea, mas também mental, de se manter os níveis adequados dessa substância, e ressaltou a relevância da prática de atividade física como um fator de proteção das pessoas mais velhas.
A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Na primeira, Ceolin realizou dois estudos empíricos sobre a deficiência e a insuficiência de vitamina D e os fatores que influenciam os níveis da substância no sangue dos idosos. “A atividade física foi identificada como um fator protetor, sugerindo que a prática regular de exercícios pode ajudar a manter níveis adequados de vitamina D”, destaca.
Na segunda etapa, a nutricionista investigou a relação entre vitamina D e sintomas depressivos a partir de bases teóricas e, na sequência, realizou mais pesquisas empíricas. “Descobrimos uma associação significativa entre níveis mais baixos e uma maior prevalência de sintomas depressivos em idosos em diferentes análises”, explica. Ela também identificou a relação da doença com a adiposidade, que é um dos fatores determinantes dos níveis de vitamina D. “As descobertas sugeriram que idosos com obesidade apresentam um maior risco de desenvolver sintomas depressivos ao longo de um período de dez anos”.
Com o trabalho, Gilciane conquistou o Prêmio CAPES de Tese na área de Nutrição. A tese tem como título Determinantes das concentrações séricas da vitamina D e a sua associação com sintomas depressivos em idosos de Florianópolis (SC). “São informações que podem ser aplicadas na promoção da saúde óssea e na prevenção de condições como quedas e fraturas, que representam sérios riscos para essa faixa etária”, defende. “Embora não seja possível afirmar definitivamente que a vitamina D seja um tratamento ou uma medida preventiva para a depressão, os resultados sugerem que pode haver um papel a ser explorado, o que pode abrir novas portas para abordagens terapêuticas que beneficiem a saúde mental dos idosos”, acrescenta.
Sobre a autora
Gilciane é graduada em Nutrição (2012) na Universidade de Passo Fundo (UPF), onde estudou com bolsa integral do Prouni. Durante o curso, participou de atividades de extensão e pesquisa. Fez especialização em Saúde do Idoso e realizou atendimento clínico nutricional em unidades públicas. Entre 2016 e 2018, cursou o mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Durante o período, colaborou com o estudo EpiFloripa – condições de saúde dos idosos de Florianópolis, desenvolvido pela UFSC, que deu origem à dissertação de mestrado e à tese de doutorado. Na mesma instituição, concluiu o doutorado em 2022. Nas duas etapas da pós-graduação, ela recebeu bolsas da CAPES, incluindo o doutorado-sanduíche no Canadá. “Tive a oportunidade de atuar por um período de seis meses no Centre for Neuroscience Studies da Queen’s University no Canadá, onde desenvolvi parte dos estudos da minha tese”, relata.
Para a pesquisadora, receber o Prêmio CAPES de Tese é motivo de satisfação pessoal e uma oportunidade de agradecer a todos que contribuíram com sua trajetória. “Esta conquista tem um significado especial para mim, pois representa a importância do esforço e dedicação no caminho acadêmico e superação de muitos desafios. Espero que inspire futuras doutorandas e doutorandos, demonstrando que, com apoio, determinação e paixão pela pesquisa, é possível alcançar o sucesso acadêmico”, enfatiza Gilciane.
Atualmente, Gilciane realiza pós-doutorado em Epidemiologia Nutricional Social, na University of British Columbia, no Canadá. Também trabalha como pesquisadora no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz, em projeto de Saúde Mental, em parceria com a Harvard University. Além disso, colabora em projetos de pesquisadores da UFSC e da Queen's University.
Prêmio CAPES de Tese
Considerado o Oscar da ciência brasileira, o Prêmio CAPES de Tese recebeu este ano a inscrição de 1.469 trabalhos, o maior número em 18 edições já realizadas. São reconhecidos os melhores trabalhos de doutorado defendidos em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre os 49 premiados, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese, um de Humanidades, outro de Ciências da Vida e um de Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. A solenidade de entrega ocorre em dezembro.
Legenda das imagens:
Imagem 1: Gilciane Ceolin e Idosos participantes de um projeto de extensão da UFSC (Foto: Arquivo Pessoal)
Banner e Imagem 2: Gilciane Ceolin vencedora do Prêmio CAPES de Tese 2023 na área de Nutrição (Foto: Arquivo Pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CGCOM/CAPES)
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