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Parceria da UFMT para formação de professores brasileiros no Japão é ação pioneira
Embora ainda de forma modesta, Brasil e Japão já desenvolvem projetos em parceria na área científica e tecnologica. A expectativa é de que o Fórum de Reitores Brasil-Japão, que está acontecendo em Cuiabá, no Hotel Deville, dê uma alavancada para uma maior aproximação entre os dois países. É o que prevê, o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológica (CNPQ), Marco Antonio Zago.
"Ontem, durante a abertura do Fórum assinamos com uma agência do Japão (JST - Japan Science and Technology Agency) um termo de entendimento para publicação de uma edital em conjunto entre o CNPq e o Japão para o desenvolvimento de projetos em diversas áreas, de interesse comum. Acreditamos que outros acordos semelhantes vão ocorrer de agora em diante", ressaltou o presidente.
Formação de professores - Em Mato Grosso, a Universidade Federal (UFMT) já desenvolve um projeto em parceria com a Tokay University. A iniciativa visa garantir a formação de 300 professores que estão dando aula em português para filhos de pais brasileiros que residem no Japão.
Segundo o professor Daisuke Onuki, o Japão conta hoje com aproximadamente 1.000 professores dando aula em 120 escolas destinadas a brasileiros naquele país. Dessas 120 escolas, apenas 40 são homologadas pelo Governo Brasileiro.
"Com esse projeto, pretendemos fortalecer essas escolas brasileiras que funcionam como ilhas no Japão. Hoje elas têm muitas dificuldades financeiras e pedagógicas. A nossa proposta é capacitar essas escolas para que elas possam até mesmo ser beneficiadas com recursos públicos oferecidos pelo Japão", informou o professor Daisuke Onuki, da Tokay University.
Segundo ele, atualmente existem em torno de 10 mil crianças brasileiras freqüentando escolas públicas do Japão sem poder acompanhar as aulas devido às dificuldades de compreensão da Língua Japonesa. "A parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso é o primeiro passo para encaixarmos essas crianças na sociedade do Japão", disse. A Legislação Japonesa não prevê obrigatoriedade de estudos para estrangeiros.
A diretora do Instituto de Educação da UFMT, Kátia Morosov Alonso, explica que a negociação em torno do projeto vem acontecendo há dois anos. Os documentos que formalizam a parceria foram assinados este ano e o curso começará em junho de 2009. A qualificação será na modalidade de ensino a distância e será equivalente a um curso de graduação.
A reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, adianta que Mato grosso tem interesse em parceria com o Japão nas áreas de biotecnologia, educação, saúde e meio ambiente. "Mato Grosso é um estado em expansão e possui uma biodiversidade para pesquisas. Com certeza, despertará o interesse do Japão para o desenvolvimento de vários projetos em parceria", afirmou.
Expectativa - Para o secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro, o fato de Mato Grosso sediar o Fórum de Reitores Brasil- Japão contribui para que o Estado ocupe posição de destaque numa relação internacional de alto nível. "Ao final deste evento teremos a Carta do Pantanal onde constará um protocolo de intenções entre os dois países. As universidades de Mato Grosso, com certeza, serão fortalecidas", disse. (Assessoria da Secitec)