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Óleos essenciais são usados contra apodrecimento de uvas
Vanessa Caroline Lopes, engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Com bolsa de Demanda Social da CAPES, ela pesquisou o uso de óleos essenciais para o controle de podridões em pós-colheita de uva ‘Itália”.
Explique o seu projeto de pesquisa.
Algumas podridões de uvas acometem os cachos no pós-colheita, gerando muitas perdas. Em meu projeto, investiguei se os óleos essenciais possuíam efeito antimicrobiano sobre duas delas: o mofo cinzento e a podridão da uva madura. Observamos efeitos muito positivos quando utilizado em testes iniciais. Atualmente, não temos um produto registrado para o controle de podridões em uvas pós-colheita. O Brasil exporta uvas e outras frutas de alto valor agregado e os mercados consumidores do Brasil tem aceitado os principais constituintes dos óleos essenciais. O SO
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– principal produto de controle associado a podridões em uvas – foi banido pela comunidade internacional e o órgão regulador o
Food and Drug Administration
(FDA) não o reconhece como um produto seguro. Esse material traz alguns aspectos negativos à qualidade dos cachos como rompimento de bagas e sabor desagradável, além de alguns consumidores relatarem ser alérgicos a sulfitos. Tem-se uma grande perspectiva de outros métodos de controle de podridões, como os óleos essenciais, serem associados a métodos que já observamos consolidados, como por exemplo a refrigeração.
Fale sobre a execução da pesquisa e seus objetivos.
O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Fisiologia Vegetal e Pós-Colheita, do Centro de Biossistemas Agrícolas e Pós-Colheita, do IAC. O estudo foi intitulado ‘Óleos essenciais no controle de podridões e na qualidade pós-colheita de uva Itália’. Desenvolvido sob orientação das pesquisadoras doutoras Patrícia Cia e Eliane Aparecida Benato, teve o objetivo de avaliar a ação antimicrobiana de óleos essenciais para controle de fungos
in vitro
, bem como para controle de podridões em pós-colheita de uvas. Os estudos envolvendo óleos essenciais em pós-colheita mostram-se uma alternativa para o controle de podridões considerando-se as restrições quanto ao uso do SO
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em uvas.
No momento, estamos trabalhando na publicação dos artigos para a divulgação dos resultados obtidos.
Como o seu trabalho pode contribuir para a vida das pessoas?
Nosso papel, na pós-colheita, é estudar e desenvolver tecnologias que permitam a manutenção da qualidade dos produtos – frutas e hortaliças. A aplicação de óleos essenciais ou seus constituintes majoritários na pré ou pós-colheita, como biofungicidas, pode reduzir as podridões de forma curativa ou por indução de resistência. Combinado com refrigeração, o uso pode prolongar a vida útil dos frutos, com segurança do alimento ao consumidor e menor impacto ambiental.
Qual a importância do apoio da CAPES para o seu projeto?
A CAPES foi fundamental para o desenvolvimento do meu projeto de mestrado no Instituto Agronômico de Campinas, possibilitando minha manutenção durante o curso e, por consequência, o desenvolvimento da dissertação. Aprendi muito no período que estive no IAC, com os pesquisadores e com a prática, tenho muita gratidão a tudo que vivenciei nesse período. Sem a bolsa, meu mestrado e o desenvolvimento do projeto não seriam viáveis.
Legenda das imagens:
Banner e imagem 1:
O material é aplicado na pós-colheita da fruta, para evitar perdas
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Vanessa Caroline pesquisou óleos essenciais contra dois tipos de podridão de uva 'Itália'
(Foto: Arquivo pessoal)
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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