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CIÊNCIA E SAÚDE
Óleo de copaíba pode combater a toxoplasmose
A resina oleosa de árvores do gênero Copaifera , popularmente conhecida como óleo de copaíba, atua como uma barreira contra a entrada do protozoário causador da toxoplasmose — Toxoplasma gondii — nas células da placenta. Com isso, a substância pode vir a ser usada para impedir que a gestante transmita para o feto uma das formas mais graves da doença: a toxoplasmose congênita.
Pesquisadores das Universidades Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, de São Paulo (USP/Ribeirão Preto) e de Franca (Unifran), em São Paulo, trabalharam juntos no estudo que resultou em uma publicação na revista internacional Scientific Reports , do grupo Nature . O principal autor, primeiro na ordem das assinaturas, é Samuel Cota Teixeira, bolsista de pós-doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) na instituição mineira.
Segundo o cientista, alguns medicamentos considerados “padrão ouro” no combate à toxoplasmose congênita podem desenvolver efeitos colaterais na gestante ou no recém-nascido, o que leva a uma baixa adesão. Também há linhagens de protozoários resistentes aos remédios. Há, portanto, uma série de pesquisas sobre tratamentos alternativos contra a doença.
“Nosso estudo, pioneiro na área, propôs avaliar se o óleo de copaíba extraído de espécies brasileiras seria capaz de apresentar algum resultado contra o desenvolvimento desta infecção”, diz Teixeira. “De forma geral, observamos que o óleo apresentou resultados bastante promissores e em alguns momentos se mostrando mais efetivo e menos tóxico, quando comparado com a terapêutica tradicional”, afirma.
Apesar dos resultados, ainda é necessário percorrer outras etapas para que haja um novo tratamento contra a toxoplasmose. Os próximos passos, de acordo com o pesquisador, devem mostrar qual o princípio ativo presente no óleo de copaíba que está relacionado com a atividade antiparasitária.
Sobre a toxoplasmose
Os sintomas da toxoplasmose variam de mais leves, como febre e dor de cabeça, até deficiências intelectual e visual em crianças contaminadas com a doença de forma congênita.
Segundo o Ministério da Saúde
, existe a possibilidade de metade da população mundial estar infectada com o parasita, mas sem desenvolver a enfermidade.
Gatos jovens que comeram carnes cruas ou ratos e pássaros infectados são os principais transmissores. O protozoário fica nas fezes, que chegam aos humanos por meio da ingestão de alguns alimentos, como verduras mal lavadas e carnes mal cozidas. O diagnóstico é realizado por exame de sangue.
Legenda das imagens:
Imagem 1:
Árvore do gênero Copaifera, de onde se extrai o óleo de copaíba
(Foto: Arquivo pessoal)
Imagem 2:
Samuel Cota Teixeira, pesquisador da Universidade Federal de Uberlândia, liderou a pesquisa
(Foto: Arquivo pessoal)
(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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